O Bispo da Diocese reuniu com o clero no Centro Pastoral Paulo VI, em Darque, Arciprestado de Viana do Castelo, e centrou o seu discurso na importância da “cultura” na evangelização, desafiando os sacerdotes a dedicar tempo “à reflexão sobre o enquadramento da realidade humana”.
D. João Lavrador começou por afirmar que “toda a cultura humana, por muitos entraves que coloque, nunca deixa de estar aberta ao Evangelho”, alertando “para os entraves” que os sacerdotes podem encontrar na sua evangelização. “Temos obrigação de evangelizar uma parte do séc. XX e o séc. XXI, com as suas características. O séc. XIV ficou para os nossos antepassados”, disse, salientando: “Se não compreendermos o nosso tempo, perdemos a serenidade.”
Outro dos temas abordados na reunião com o clero foi “um dos problemas mais urgentes no diálogo da Igreja com o mundo”: a cultura. “Temos de evangelizar em profundidade. O Evangelho e a evangelização, independentes em relação às culturas, não são necessariamente incompatíveis com elas, mas suscetíveis de impregnar a todas sem se escravizar a nenhuma delas”, afirmou, reconhecendo as “dificuldades” e a importância dos “agentes pastorais” na evangelização
O Bispo Diocesano desafiou ainda os sacerdotes “a refletir sobre o enquadramento da realidade humana”. “Dediquem tempo para refletir sobre o enquadramento em que estamos, isto é, dediquem tempo a cada realidade humana, porque cada Diocese é diferente”, apelou.
Recordando o documento do Papa Francisco sobre “A alegria do Evangelho”, o prelado alertou ainda para “alguns desafios culturais”. “A grande questão de hoje é que há uma falta de pertença e não podemos ter cristãos sem pertença”, disse, salientando a importância da caminhada sinodal que “promove a comunhão, a participação e a missão” e “convida todos os batizados para a sua pertença e participação na missão da Igreja”. “Isto é ir contra a corrente, mas não podemos deixar de fazê-lo”, frisou, defendendo que “o discernimento é fundamental para depois atuar”.
D. João Lavrador lembrou ainda as palavras de Francisco, em que salienta a importância de “acompanhar, cuidar e fortalecer a riqueza que já existe” na comunidade cristã o que revela “a necessidade de novos processos de evangelização da cultura”. “O discernimento exige uma purificação em nós. A Igreja precisa de ser purificada e rejuvenescida pelo Evangelho”, referiu, lamentando que, “em muitos casos, o sentido da fé, como herança, perdeu-se”.
Por fim, o Bispo Diocesano falou da “necessidade de inovar na evangelização”, afirmando que é “tarefa” dos sacerdotes.
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