Na mensagem de Ano Novo e do Dia Mundial da Paz, o Bispo de Viana do Castelo alerta para o risco de normalização da violência num mundo marcado por conflitos armados. D. João Lavrador fala num “desleixo e adormecimento” face à guerra e retoma a expressão do Papa Francisco para descrever a atual conjuntura como uma “guerra mundial aos pedaços”.
Segundo o Bispo, a violência já não se limita aos campos de batalha e afeta países, comunidades, famílias e até o discurso público, incluindo os meios de comunicação social. “Habituarmo-nos à situação de violência como se ela não existisse é das piores situações para todos nós hoje”, escreve.
A partir da doutrina do Concílio Vaticano II, D. João Lavrador sublinha que a paz “não é ausência de guerra” nem um simples equilíbrio de forças, mas um processo contínuo que exige justiça, diálogo e fraternidade. “A paz nunca se alcança duma vez para sempre”, recorda, apelando a novos caminhos que conduzam à reconciliação.
O prelado associa ainda o início do ano civil à celebração cristã do Natal e da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, sublinhando que a paz é simultaneamente “dom divino e tarefa humana”. Citando o Papa Leão XIV, defende uma paz “desarmada e desarmante” e desafia cada comunidade a tornar-se uma “casa de paz”.
A mensagem termina com votos de Ano Novo dirigidos a toda a Diocese, com especial atenção aos mais pobres, doentes, presos e pessoas em situação de solidão, confiando à intercessão de Maria o caminho da “paz e da comunhão fraterna”.
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