Apelo foi feito pelo Bispo de Viana do Castelo na Eucaristia de Encerramento do Encontro Diocesano de Pastoral Litúrgica.
Cerca de 680 pessoas provenientes de todos os Arciprestados da Diocese de Viana do Castelo e mesmo de outras Dioceses participaram, ao longo do último fim de semana, no 42.º Encontro Diocesano de Pastoral Litúrgica de Viana do Castelo. O evento, organizado pelo Secretariado Diocesano de Liturgia, decorreu, como habitualmente, no Centro Pastoral Paulo VI, em Darque, e, este ano, teve como mote “Liturgia – Acolhidos para Acolher”.
Ao longo dos dois dias do Encontro, passaram pelo Centro Pastoral Paulo VI diversos especialistas de várias áreas. Além das Escolas de Ministérios (organizadas especificamente para Sacerdotes, Ministros Extraordinários da Comunhão, Leitores, Acólitos, Coralistas, Catequistas e Escuteiros), o Encontro ficou marcado por vários momentos de oração e por três conferências principais que decorreram no Auditório do Centro Pastoral e que se destinaram a todos os participantes.
Assim, no sábado, depois da Sessão de Abertura presidida pelo Bispo Diocesano, o Pe. Amaro Gonçalo Ferreira Lopes, da Diocese do Porto, falou aos presentes sobre o “Acolhimento de novos elementos nos diversos Ministérios”. A partir, sobretudo, da sua experiência de Pároco, recordou que “a Igreja é missionária quando é acolhedora”. Neste sentido, disse que “o grande desafio é acolher quem chega como um hóspede e não como um hostis, um inimigo”. Fixando-se em alguns exemplos de hospitalidade apresentados pela Sagrada Escritura (designadamente Maria e os discípulos de Emaús), pediu aos presentes para fazerem do seu coração “uma casa que recolhe, sempre com disponibilidade para o inesperado que, tantas vezes, obriga a sacrificar o programado”. O sacerdote referiu ainda que a Igreja precisa de “fugir da rigidez, vencendo o vício do administrativo” e de “procurar desenvolver redes de relações, dando vida a pequenos grupos ou comunidades onde seja possível viver o acolhimento fraterno”.
No sábado à tarde, por sua vez, e antes da Oração de Vésperas, teve lugar uma intervenção da conhecida vaticanista Aura Miguel, subordinada ao tema “O Acolhimento na perspetiva do Papa Francisco e o papel de Maria na sua estruturação”. Partindo da sua experiência, pois já acompanhou mais de cem viagens papais, recordou João Paulo II, Bento XVI e Francisco como “três homens diferentes a quem o Senhor dirige o mesmo chamamento”. Aludindo a vários exemplos concretos – muitos dos quais pôde testemunhar pessoalmente –, olhou para o pontificado de Francisco a partir da chave do acolhimento, que considerou uma marca indelével do seu pensamento e da sua ação.
Já no domingo, e depois de várias Escolas de Ministérios, teve lugar a conferência de encerramento do Encontro, por Monsenhor Luciano Guerra. O antigo Reitor do Santuário de Fátima debruçou-se sobre a temática “O Acolhimento, à imagem de Maria, no Sacramento da Eucaristia”. Nas palavras do sacerdote, “Maria acolheu ainda antes de ser instituída a Eucaristia, quando ofereceu o seu ventre virginal para a encarnação do Verbo de Deus. Maria viveu a dimensão sacrificial do mistério eucarístico, desde a Anunciação até ao Calvário. Associada a Jesus, ela ofereceu-O na apresentação no templo de Jerusalém e no Calvário, oferecendo-se, ao mesmo tempo, a si mesma”.
Como acontece sempre, o Encontro terminou com a celebração da Eucaristia, presidida pelo Bispo Diocesano, durante a qual teve lugar o rito de nomeação de vinte e quatro novos Ministros Extraordinários da Comunhão.
Na sua homilia, partindo do texto do Evangelho, D. Anacleto Oliveira evocou João Batista como “Ministro da Comunhão”, lembrando que as palavras com que ele apresenta Jesus são as mesmas usadas, hoje, pelos Ministros da Comunhão.
Tendo presente a origem da palavra “ministro”, o Bispo Diocesano pediu aos Ministros (Ordinários e Extraordinários) da Comunhão que sejam sempre, a exemplo de João Batista, “menores, isto é, capazes de se reconhecerem como intermediários de Jesus Cristo que levam presente no Pão, mas também na sua própria vida, colocando-se, assim, ao serviço Daquele que levam e daqueles a quem O levam”.
Falando especialmente para os novos Ministros Extraordinários da Comunhão, D. Anacleto recordou que é junto dos doentes que a sua missão se torna mais necessária, designadamente junto daqueles que sofrem o “drama da solidão”. “Imaginem a alegria dessas pessoas ao receberem Jesus no Pão, mas também na própria vida daquele que se dispõe a dar o seu tempo ao outro, num ato de puro amor. Façam isso e sentirão uma enorme alegria!”, disse, em jeito de conclusão.
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