Convictamente Europeus

Rafaela Gonçalves
12 Jun. 2024 3 mins
Rafaela Gonçalves

Os resultados das eleições europeias deste domingo, mostram-nos que os portugueses continuam a acreditar no projeto europeu. Contra a agenda de retrocesso de outras forças políticas, nomeadamente da extrema-direita, escolhemos avançar por uma Europa de paz e solidariedade, livre e democrática, fiel aos seus valores fundadores. Foi ainda alcançado um feito histórico nacional, pela primeira vez uma mulher vence as eleições em Portugal. 

No entanto, o mesmo não se verificou por toda a Europa, com a ascensão do extremismo populista na Alemanha, Áustria e Itália, provocando mesmo um terramoto político em França, perante a vitória esmagadora do partido de Le Pen, que levou o presidente Macron a dissolver a Assembleia Nacional e a convocar eleições antecipadas face aos resultados obtidos. 

Somadas as partes, e apesar da ameaça de abalar o equilíbrio político em Bruxelas, os partidos pró-europeus conseguiram manter a maioria no Parlamento Europeu. 

No agora, as escolhas da União Europeia serão decisivas para o seu próprio futuro. 

Perante a desarrumação deste nosso mundo, os relatos de guerra e atrocidades, que nos chegam a todo o momento, a Europa é um importante elemento protetor dos países que a integram num contexto internacional difícil que vivemos. Gerar soluções de paz deverá ser o caminho imperativo desta Europa. A autodeterminação dos povos é uma conquista inalienável da nossa civilização, que não deve, em momento algum, ser questionada. E nós, cidadãos do mundo, perante a desumanidade que nos assola a mente, devemos envolvermo-nos, seja através de palavras de condenação, seja através de voluntariado em iniciativas humanitárias, ou a juntarmo-nos a movimentos como o blockout. São atos de responsabilidade individual e coletiva, mas, sobretudo, atos de humanidade que nos unem numa caminhada para a prosperidade civilizacional.

Acredito convictamente que a vida só faz sentido: se estivermos constantemente atentos aos outros; se antes de emitirmos juízos formos sempre capazes de nos colocarmos no lugar dos outros; se for partilhada e se se traduzir numa constante defesa dos Direitos Humanos.

Lembremo-nos sempre das sábias palavras de Pepe Mujica, antigo Presidente da República do Uruguai, “enquanto o ser humano resolver os seus conflitos com recurso à guerra, continuará a viver na pré-história, por mais avanços tecnológicos que faça” e recordemos Maria Montessori, pedagoga italiana e criadora do “Método Montessori”, que afirma que apenas “quando educarmos para cooperarmos e sermos solidários uns com os outros, nesse dia estaremos a educar para a paz.”

Sempre por uma Europa de progresso. 

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