Cerca de 20 padres da Diocese de Viana do Castelo participaram, entre os dias 21 e 25, num retiro espiritual. A atividade, promovida pela Vigararia do Clero, decorreu no Convento de Santa Escolástica – Roriz, em Santo Tirso –, e foi orientada por Frei Luís Aranha, da Ordem de São Bento.
Durante os quatro dias, os sacerdotes refletiram sobre “o caminho de encontros” com o próprio e com os outros no mundo atual que, segundo Frei Luís Aranha, permite questionar-se sobre a vivência da sua missão/vocação. “No caminho do sacerdócio consta o serviço. Ser mais do que o ver. Ser útil.”, relembrou, salientando que o serviço sacerdotal é “um serviço de amor desinteressado”. “Não temos que estar à espera que nos agradeçam nada”, reiterou, apelando à importância da oração. “Falar com Deus transforma.”, frisou.
O beneditino apelou ainda para que os participantes sejam “simples, despojados e orantes para dar testemunho do caminho da libertação”. “Sigamos o caminho da libertação pelos outros. Sejamos os seus servos. Pobres, obedientes, atentos, preocupados com o meio e denunciadores do mal, como Jesus”, disse, incentivando-os: “Que seja sempre um caminho de alegria espiritual. Continuem a viver e a entusiasmar para a missão nestes tempos que não são fáceis, mas que valem a pena.”
Também D. João Lavrador, Bispo diocesano, marcou presença no retiro, e recordou os tempos “difíceis” que, hoje, a Igreja atravessa. “Qualquer pessoa que queira encontrar um sentido para a sua vida deve ir ao encontro de Jesus Cristo”, defendeu, salientando “a oferta total da vida de um sacerdote em comunhão com Ele”. “Viver estes tempos, que colocam tudo em crise/juízo e que nos fazem interrogar sobre a realidade, dá-nos certezas de que, nesta comunhão com Cristo, o nosso estilo e critérios de vida não podem ter qualquer semelhança com este mundo”, alertou, apelando: “Temos de ter cautela neste mundo de tentações e, por isso, erguermos a cabeça.”.
O prelado frisou ainda que “é preciso ter autoestima”. “Sabemos que o mundo não compreende o nosso estilo de vida e não podemos ceder a isso, porque a nossa libertação está próxima e está tão próxima que já a saboreamos, como diz Jesus Cristo. Portanto, uma pessoa liberta não pode deixar-se seduzir pela escravidão”, disse.
Por fim, descreveu o mundo atual como “um tempo de esperança”. “A dor, o sofrimento e o martírio não são o final. O mundo precisa de se colocar na esperança e expectativa de que algo novo irá surgir. É uma esperança que brota da comunhão com Aquele que nos mostra que isto vai acontecer. Cristo não nos pode desiludir”, salientou, reconhecendo as limitações. “Temos de ser capazes de ter esta consciência de vivência de esperança. Olhar à nossa volta. Levantar a cabeça para saber enfrentar o que se passa à nossa volta”, continuou, frisando que “o Povo de Deus precisa de ajuda”. “Somos nós quem pode ajudar as comunidades. O pastor é aquele que guia”, afirmou.
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