Portugal continua a registar uma das menores prevalências de consumo recente de cannabis, cocaína e ecstasy na Europa, segundo o último relatório (2023) do Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD). No entanto, entre os consumidores mais jovens, o consumo de risco elevado tem vindo a agravar-se. No Alto Minho, os dados do Centro de Respostas Integradas (CRI) de Viana do Castelo revelam que, em 2024, foram sinalizados 355 doentes por consumo de substâncias psicoativas ilícitas, sendo a heroína a substância mais consumida.
O relatório do ICAD refere que, “entre 2017 e 2022, houve descidas relevantes do consumo recente e atual de qualquer droga, devido à diminuição do consumo de cannabis”. Contudo, o decréscimo no consumo geral não se refletiu numa redução dos comportamentos de risco. Em 2022, 1,3% dos jovens entre os 15 e os 24 anos apresentaram consumo de risco elevado de cannabis – mais do triplo dos 0,4% registados em 2012. “Os consumos continuam a ser mais expressivos nos rapazes, existindo também algumas diferenças regionais”, salienta.
Outro dado alarmante diz respeito às overdoses com presença de substâncias ilícitas, que aumentaram 16% em 2023, face ao ano anterior. Das 387 mortes registadas pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, 80 foram por overdose – o número mais alto desde 2009. “Face a 2022, verificou-se um aumento das overdoses com a presença de cocaína (+13%), de metadona (+53%), de drogas sintéticas (+67%) e de cannabis (+73%), e uma diminuição das overdoses com a presença de opiáceos (-12%)”, acrescenta.
Já em tratamento estiveram, em 2023, 24.246 utentes com problemas relacionados com o uso de drogas no ambulatório da rede pública especializada
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