O ensino privado volta, em 2023, a liderar o ranking das escolas e os melhores resultados são do Norte do país. Em Viana do Castelo, destaca-se o Colégio do Minho, que continua a ser a escola com melhores resultados nos exames nacionais no distrito.
Segundo o ranking divulgado pelo Ministério da Educação e elaborado de acordo com os critérios definidos pelo Expresso, o Colégio do Minho alcança a posição 29º ao nível nacional, com uma média de 14.04.
Em segundo lugar, na posição 50º ao nível nacional, surge a Escola Básica e Secundária de Arcozelo, em Ponte de Lima, com 12.90. A Escola Secundária de Monção fecha o pódio, com uma média de 12.65, ocupando o 71º lugar a nível nacional.
Ricardo Sousa, diretor do Colégio do Minho, não podia estar mais feliz com os resultados. “O balanço é muito positivo porque, em primeiro lugar, melhoramos a posição global”, começou por referir, considerando: “O ranking vale o que vale, mas é um instrumento que reconhece o trabalho feito das escolas, com critérios iguais para todos.”
O professor enalteceu, em particular, os “bons resultados” na disciplina de matemática, onde o Colégio do Minho obteve o 1º lugar no ranking nacional, com uma média de 17,25. “É a cereja em cima do bolo. É o reflexo de um trabalho que é feito ao longo de vários anos com muita incidência no 12º ano”, referiu, agradecendo o “empenho, a dedicação e a resiliência” quer dos alunos, quer dos professores. “Tenho alunos e professores incansáveis que continuarão a trabalhar para atingir o máximo de resultados”, reforçou.
A Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) entende que as escolas são “muito mais” do que o resultado dos exames nacionais e defende que os rankings divulgados devem ser lidos de forma relativa. “A escola é muito mais do que o resultado de um exame. Os exames condicionam o acesso ao ensino superior e, por isso, também condicionam o ensino secundário, mas não são tão importantes no desempenho global do aluno e da pessoa que estamos a formar”, disse a presidente da Confap.
Em reação à divulgação dos rankings das melhores médias nos exames, divulgados e que voltam a colocar os colégios privados no topo das escolas, Mariana Carvalho disse que aquele é apenas um momento de avaliação, influenciado por vários fatores. “Significa que naquelas escolas houve uma melhor classificação e uma melhor resposta aos exames. Não significa melhores escolas, nem que esteja a formar melhores pessoas”, sublinhou.
Já o secretário de Estado Adjunto e da Educação, Alexandre Homem Cristo, admitiu à SIC Notícias que os rankings das escolas têm limitações, mas são uma “ferramenta útil” para perceber o que pode ser melhorado nas escolas.
Alexandre Homem Cristo não desvaloriza as listagens e, admitindo que têm limitações, considera que “um mecanismo de transparência de divulgação dos resultados deve ser sempre visto como uma mais-valia e como algo útil”.
No entender do secretário de Estado, não se deve olhar para os rankings e procurar respostas “muito precisas e muito fechadas”, mas encará-los como potenciais reveladores de “pistas para perguntas” sobre como melhorar as aprendizagens e o trabalho das escolas e os dados de contexto permitem melhorar essa avaliação e “comparar o que é comparável”. “Quantos mais dados de contexto tivermos à nossa disposição mais rica será essa análise”, considera.
Apesar dos colégios privados voltarem a dominar o ranking das escolas em 2023, os dados mostram que as escolas públicas estão a aproximar-se do setor privado nas médias dos exames nacionais do secundário.
São também cada vez menos os alunos que chumbam, um problema que continua a ser mais sentido entre os jovens de famílias mais desfavorecidas.
Apesar de os dados disponibilizados pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação já permitirem analisar o percurso dos alunos ao longo dos anos, assim como comparar resultados de estudantes de meios socioeconómicos semelhantes, existem ainda muitos fatores por considerar, como a falta de professores nas escolas ou a possibilidade de os alunos terem ou não explicações.
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