Colégio do Minho faz balanço “muito positivo” do “ensino não presencial” através de plataformas digitais

Lara, Daniel e Maria são três dos cerca de 500 alunos do Colégio do Minho que retomaram o terceiro período com o “ensino não presencial” e o horário “reorganizado”. O diretor, Ricardo Sousa, faz um balanço “muito positivo” e assegura que os alunos estão a ser acompanhados diariamente pelos docentes.

Notícias de Viana
7 Mai. 2020 7 mins
Colégio do Minho faz balanço “muito positivo” do “ensino não presencial” através de plataformas digitais

Após o fecho das escolas
em todo o país devido à pandemia do Covid-19, o Colégio do Minho adaptou-se à
nova realidade e continuou em funcionamento com o “ensino não presencial”
através das plataformas digitais. “Criamos turmas de uma forma visual e os
nossos professores fazem o acompanhamento diário, num horário normal dos
alunos”, explicou o diretor do colégio, Ricardo Sousa.

Atualmente, os “edifícios
físicos” estão a funcionar em “serviços mínimos” com um apoio administrativo e
professores em teletrabalho, que dão as aulas conforme as especificidades das
turmas. “O colégio tem aulas desde o 1º até ao 12º ano e, por isso, cada
conselho de turma decidiu o que seria melhor para os seus alunos. Se era um
acompanhamento síncrono com aulas em videochamada ou vídeo-aulas, ou então um
acompanhamento mais assíncrono, em que os professores estão em contacto com os
alunos, mas de uma forma não através de vídeo-aula”, especificou. O diretor
admitiu ainda que, com os alunos mais velhos, a gestão do trabalho é mais
fácil, ao contrário dos mais novos. “Os mais pequeninos tem mais dificuldade,
mas nós temos que saber gerir isso com os trabalhos dos pais porque, muitos
deles, também estão em teletrabalho”, referiu, acrescentando que o colégio se
foi adaptando, “de acordo com as ferramentas que estão disponíveis no mercado
para garantir o acompanhamento dos alunos”. “Depois a nível de recursos em casa
podem também ter de fazer essa gestão porque os alunos precisam do apoio dos
pais para ir à internet”, adiantou.

No
segundo período, o Colégio do Minho manteve as aulas à distância e, de acordo
com Ricardo Sousa, o balanço é “muito positivo”. “ Fiz um trabalho com cada
responsável de turma e conseguimos manter o contacto de ensino não presencial
na maior parte das turmas. Na generalidade, tivemos uma média de mais de 90% do
feedback dos alunos e dos encarregados de educação sobre o trabalho que estamos
a fazer”, contou, adiantando: “Recebi muitos contactos de encarregados de
educação de que conseguimos manter um ritmo de ensino. É claro que não é a
mesma coisa, mas, felizmente, aqui no Colégio conseguimos manter este contacto
talvez pela realidade da nossa comunidade educativa.”


no terceiro período, o horário foi “reorganizado e melhorado”, passando para as
9h00 até às 17h30. “Aproveitamos a interrupção letiva da Páscoa para avaliarmos
a experiência do ensino não presencial e, já também na perspetiva de continuar,
reorganizamos e melhoramos o horário das aulas de maneira a que conseguíssemos
colocar aulas mais teóricas e que requerem mais concentração no período da
manhã e, à tarde, deixarmos para as aulas mais práticas e mais lúdicas para os
mais pequeninos”, contou, acrescentando: “No secundário, criamos uma espécie de
banco de recursos, em que os alunos estão a fazer um trabalho autónomo e têm um
acompanhamento à distância com os professores. Portanto, nós continuamos a
cobrir as disciplinas.”

O novo horário inclui
ainda uma hora em comum de almoço. “No dia-a-dia, os horários de almoço eram
dispersos, mas esta reorganização permitiu-nos colocar a hora de almoço comum a
todos os alunos, no sentido de facilitarmos a vida os pais porque, muito deles,
têm alunos do 1º e 2º ciclo ou secundário”, explicou Ricardo Sousa, frisando
ser “necessário também pensar na gestão familiar nesta fase”. “O colégio faz
esta gestão de maneira a que as famílias possam estar juntas e que haja menos
stress porque também temos de colaborar com elas”, defendeu.

Da avaliação, os docentes
também entenderam que o ritmo em casa é diferente do ritmo da escola. “Com a
nossa experiência, os alunos estão mais motivados quando se levantam de manhã e
estão mais concentrados e, da parte da tarde, os mais pequeninos fazem as
atividades mais lúdicas como por exemplo, a educação física, educação visual e
informática. São disciplinas que vamos manter assim como a Educação Moral e
Religiosa que, na minha opinião, é mais importante nesta fase que estamos a
viver. Além disso, somos uma escola católica e, por isso, faz todo sentido
mantê-la”, defendeu o diretor.

Lara
Torre do 9º ano e Daniel Barros e Maria Cerqueira do 11º ano são alunos no
Colégio do Minho e sentem-se acompanhados, mesmo à distância, pelos
professores. “Mesmo distantes uns dos outros, nós, os alunos, sentimos o apoio,
o empenho e o carinho do Colégio. Juntos, vamos conseguir chegar a bom porto,
mesmo na tempestade”, referiu Lara Torre.


Daniel Barros, admitiu que o ensino à distância custou “um pouco” ao início. “Acho
muito boa a ideia de termos aulas à distância neste contexto tão difícil. Para
mim, é um método de aprendizagem novo e que custa um pouco ao início, visto que
não é a mesma coisa como quando estamos na escola, pois os professores não
estão presentes de forma física e o modo de explicação é um pouco diferente.
Mas, com a ajuda dos professores e com a criação de certas rotinas, eu acho que
todos somos capazes de nos adaptar a este novo método de estudo”, referiu.

Para
Maria Cerqueira, o Colégio respondeu “bem e eficazmente” a todas as
advertências provocadas pelo “novo método de ensino”. “Desde o início que
tivemos todo o apoio por parte dos professores que sempre se mostraram
disponíveis e dispostos a inovar. Fruto do empenho dos professores e alunos, o
ano letivo tem continuado a decorrer da melhor maneira possível. Há uma recorrente
atualização dos métodos permitindo-nos o melhor ensino à distância. Apesar de
todas as dificuldades, creio que esta fase é mais uma prova da qualidade de
ensino que aqui temos”, acrescentou, agradecendo pelo “excelente” trabalho dos
professores e diretor.

O Colégio do Minho disponibilizou ainda um
conjunto de recursos, nomeadamente, um empréstimo de material necessário para
manter o contacto com os alunos. “Facultamos algum material, a título gracioso,
a famílias. Por exemplo, uma família de quatro pessoas que têm apenas três
computadores e que também os pais estão em teletrabalho e precisam desse
material”, exemplificou, assegurando que “o Colégio geriu todo este trabalho
para que nenhum aluno deixasse de ser acompanhado devido a meios que não estão
ao seu alcance”.

Dentro das medidas possíveis, Ricardo Sousa
garante ainda que vão cumprir com os objetivos a que se propuseram cumprir.
“Logo que tudo isto acalme, certamente teremos um plano de apoio e,
possivelmente, de revisão e participação. O conselho pedagógico é que decidirá
a estratégia a definir. No entanto, reforço que não dou como perdido este
tempo. Não é o ideal, mas dentro daquilo que temos, estamos a conseguir passar
a mensagem e acompanhar os nossos alunos”, concluiu.

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