Respeito pelos valores de uma sociedade, pelas suas instituições e pelas responsabilidades e deveres do cidadão
Dicionário Priberam
Nesta definição de civismo vamo-nos fixar em três palavras – respeito, responsabilidade e deveres.
Todos os dias contactamos com outras pessoas que, independentemente da sua idade, nacionalidade ou género, merecem todo o nosso respeito. Quando com elas nos cruzamos num corredor, num elevador, numa loja, um bom dia, um obrigado/a, um desculpe, um sorriso, nada custa e é um acto de educação, simpatia, de civismo.
Temos necessidade de entrar numa loja 5 minutos antes do seu fecho e não respeitar quem nos vai atender, agora parece que se chama ´colaborador´…, que está a trabalhar desde a abertura do estabelecimento e anseia por ir para casa?
Depois de uma refeição, geralmente em grupo, continuar sentado à mesa, em amena cavaqueira, durante horas, esquecendo-se que quem nos está a servir ainda tem muito que fazer antes de ir embora, ou que deverá regressar pouco tempo depois, estará certo? Gostaríamos que nos fizessem o mesmo? Respeitamos essas pessoas?
Em locais públicos ouvem-se, com demasiada frequência, pessoas com os telemóveis em alta voz, como se estivessem em casa. Berram em todos os sítios que frequentam e por onde passam. Gostam de se fazer ouvir e não respeitam quem está à sua volta. Às vezes, gostava de lhes pagar na mesma moeda e, por exemplo, começar a ler alto a página que tenho à minha frente. Ainda hei-de ter essa coragem…
A enorme falta de respeito, de responsabilidade e de dever verifica-se, diária e perigosamente, nos sustos que vamos apanhando com as bicicletas e as trotinetes que enxameiam os passeios da cidade. É proibido para menores de 10 anos circular em cima dos passeios ou em locais para peões, no caso das bicicletas, e proibido para trotinetes com motor. Não terão as autoridades competentes a responsabilidade e o dever de zelar pela nossa segurança, fazendo, apenas, e sublinho apenas, que a lei seja cumprida? Não temos direito a que nos respeitem e protejam? Em caso de acidente, poderemos pedir responsabilidades a quem não fez cumprir a lei?
E as passadeiras, por exemplo, na marginal? Experimentem, nas que não têm semáforo, não parar a meio para verificar se um apressado não vai continuar a sua marcha.
Estamos em plena Romaria. Entendo que não é fácil o estacionamento. Temos de admitir certos “estacionamentos” em cima de passeios, de jardins – que vão ter de ser arranjados com o dinheiro de todos, estragados por alguns. Mas, senhores, a falta de respeito, a irresponsabilidade e de dever cívico é gritante quando o peão tem de vir para a via pública. Mas, muito, muito pior, é quando uma cadeira de rodas ou um carrinho de bebé também tem de o fazer. Muito triste e preocupante.
E é tão fácil mudar, melhorar. Todos conseguimos.
Indignem-se!
SUGESTÕES:
Ler – A ciência natural da estupidez, 1963, (versão com cortes da censura) ou História Natural da estupidez, Paul Tabori
Ouvir – Fala com ela, Antena 1
Consultar – Código da Estrada, art.º 104
**(Escrito de acordo com a ortografia antiga)
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