Carta ao Pai Natal

Isabel Campos
20 Dez. 2024 5 mins
Paisagem

Querido Pai Natal:

Sei que já é um pouco tarde para os meus pedidos, mas são para entrega/execução durante o próximo ano, o que a acontecer será excelente. O Pai Natal tudo pode.

Dirijo-me ao Pai Natal e não ao Menino Jesus, a quem escrevia em pequena, por os meus pedidos serem muito materiais, muito terra a terra, mas muito pertinentes.

Para ser mais fácil a leitura, e a consulta por parte de quem nos vai tornar realidade estas prendas, vou fazer uma listagem:

  • uma Loja do Cidadão (Se não estou em erro, é a única capital de distrito que não tem uma dessas dependências);
  • instalações sanitárias públicas (Já assistiram à chegada de um grupo, à saída do autocarro, e a corrida para o café mais próximo? A verba a ser arrecadada pela taxa turística pode, e bem, ser aplicada nestas instalações.);
  • o regresso do Caramurú e do Himalaia. O actual transporte só é reconhecido por quem nele viaja regularmente e é muito desconfortável. É um serviço utilíssimo que é prestado e deve ser mantido;
  • o cumprimento do art.º 14 do Código da Estrada – a proibição das bicicletas e das trotinetes nos passeios e noutros espaços pedonais, incluindo o Jardim Público;
  • o cumprimento do mesmo Código da Estrada, no que diz respeito ao estacionamento em cima dos passeios e passadeiras, A colocação de floreiras e pilaretes a impedir o estacionamento é uma óptima solução;
  • a construção de uma rampa de acesso ao café Girassol, para cadeiras de rodas;
  • a colocação de mais placas, à entrada e à saída do viaduto de Santo António, a indicar a direcção do funicular. É muito frequente, principalmente ao domingo, “resgatar” turistas que não sabem como passar para o outro lado da linha do comboio;
  • a colocação das placas toponímicas que foram retiradas aquando da (re)construção dos prédios;
  • uma equipa eficaz que fiscalize caleiras, pingas e lavagem de passeios, cargas e descargas. (Há quantos anos cai água de uma das varandas de um prédio da Av. Luís de Camões, que forma, quando chove, uma mancha viscosa, escura e escorregadia? E com que impunidade se lavam passeios, por vezes com lixívia, e se deixa uma quantidade de detergente no pavimento? Para que há placas a indicar as horas das (des)cargas se quase ninguém as cumpre? As posturas camarárias já não estão em vigor?
  • A eliminação de todos os obstáculos para cegos, e não só, que enxameiam os nossos passeios – mercadorias em frente às lojas, placas a publicitar os estabelecimentos, uma espécie de “bandeirinhas” que esvoaçam em todo o lado;
  • a desmontagem dos painéis de publicidade partidária fora da época de campanha. Esses enormes espaços dão um ar “terceiro-mundista” às rotundas;
  • a retirada de publicidade de ambos os lados das paragens dos autocarros. Quem está sentado não vê o autocarro a aproximar-se. Há anos que venho a alertar quem de direito sobre esta anomalia. Dêem-se ao trabalho de, quando saírem da cidade, verificar o que se passa nas paragens das outras localidades;
  • a criação de uma resposta automática para quem envia mensagens electrónicas, para a maioria dos departamentos oficiais vianenses, saber que essa mensagem foi recebida. Recebemos a sugestão/pedido de informação/o comentário/a reclamação, que agradecemos, e a que iremos dar atenção – era o suficiente. Quem escreveu, sabia que o seu texto tinha chegado ao destino, que alguém tinha lido e que podia ficar à espera de uma resposta mais completa. Sei do que falo…

Querido Pai Natal, pedi muito? Pedi, mas há muito que venho notando e apontando, como dizer, estas pequenas “anomalias”. Temos de aproveitar a época que se aproxima. O próximo ano é bom para pedidos… A nossa vida ficará muito melhor.

Muito obrigada. Sei que fará os possíveis e os impossíveis, mas, com a música que nos debitam para nos “animar”, está tudo a ficar um pouco surdo…

P.S.

Mais uma loja das que gostamos, e muito, vai fechar. Tem todas as boas características do que deve ser o comércio local – gostar do que se faz, saber o que se está a fazer, uma simpatia enorme, uma variedade de produto, uma porta fechada quando está frio. A Casa Carneiro fecha no fim do mês. Um grande abraço Srª D. Berta e muito obrigada por estes anos. Vai fazer muita falta!

 

SUGESTÕES:

Ler – Noite de Natal, Sophia de Mello Breyner Andresen

e de seguida

O mundo à minha procura I, Ruben A (Não podendo ser mais, as páginas dedicadas ao Natal no Campo Alegre)

Ver– Pedalar sem idadehttps://youtu.be/4upk1d3gQfc

Ouvir – Adeste Fideles ou The twelve days of Christmas

 

** (Escrito de acordo com a ortografia antiga)

 

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