Capelania do hospital de Viana do Castelo sob proteção de São João Paulo II

São João Paulo II foi declarado, no passado dia 25 de março, aniversário da publicação da Encíclica “O Evangelho da Vida” [05 de março de 1995], dia da Solenidade da Anunciação do Senhor, como padroeiro da capelania do Hospital de Viana do Castelo para “inspirar e proteger” os profissionais de saúde e doentes desta Instituição.

Notícias de Viana
16 Abr. 2020 5 mins
Capelania do hospital de Viana do Castelo sob proteção de São João Paulo II

O capelão do hospital de Santa Luzia e diretor do departamento diocesano da Pastoral da Saúde, padre Fábio Carvalho, explicou que a escolha do Papa João Paulo II para co-patrono da capelania foi pensada há cerca de dois anos pelo facto deste ser uma “figura incontornável” que lutou por uma “cultura da vida, oposta à cultura da morte e do descarte da pessoa”. “Senti que não faria sentido não deixar o nome do Papa João Paulo II impresso no hospital e na capelania, sobretudo por causa da conceção que ele legou sobre a pessoa humana e a dignidade da vida humana. A luta da Igreja, ao longo dos séculos, sempre esteve do lado do princípio de que a vida não é qualquer coisa de descartável, mesmo quando se encontra a braços com o sofrimento. É sempre um dom de Deus que exige responsabilidade e não abandono; exige de nós uma palavra de solidariedade e solicitude”, disse, salientando: “A capelania fica assim, sob proteção do Papa João Paulo II para que ele seja modelo inspirador a todos os profissionais de saúde da nossa instituição, no que diz respeito à defesa do valor inviolável da dignidade da vida humana, desde o seu início até à morte natural.”

Pastoral da Saúde contribui no combate à pandemia e apoia profissionais de saúde

Face ao Covid-19, a Pastoral da Saúde associou-se à Liga dos Amigos do Hospital de Viana do Castelo (LAHVC) e lançou uma campanha de angariação fundos, até ao final do mês de abril, que apela “à generosidade” dos sacerdotes, para a aquisição de ventiladores e outro material necessário ao combate da pandemia. “O hospital está preparado para responder como todos hospitais a um determinado número de situações. A questão aqui era se, de uma semana para a outra, os números aumentassem drasticamente e é evidente que nenhum hospital, do pé para a mão, consiguiria ventilar todos os doentes, que foi o que aconteceu em Itália e Espanha. Felizmente, estamos longe de um cenário desses, mas comecei a ter esta preocupação e, um dia, falei com um colega, o Sr. Pe Domingos Meira, e pedi-lhe a opinião se nós padres da Diocese nos juntássemos, entre nós, e angariássemos algum dinheiro, independentemente do valor, e nos associássemos à Liga do Amigos com o objetivo de comprar material de suporte às necessidades do hospital”, contou.

Depois da aprovação e incentivo de D. Anacleto a campanha seguiu e, neste momento, a Diocese de Viana do Castelo já reuniu “cerca de 47 mil euros, dos quais 45 mil já foram transferidos para LAHVC”. “A maior parte deste dinheiro é proveniente das contas dos padres e fábricas da igreja, embora haja contributos de muitas outras pessoas que se quiseram associar à campanha”, contou. “Apelámos à generosidade dos padres da Diocese e, ao fim de poucas horas, já tínhamos cerca de seis mil euros”, adiantou, frisando que a adesão dos sacerdotes foi “extraordinária”. “Nesta fase, a palavra que tenho para os sacerdotes que contribuíram é de gratidão pela grande generosidade das comunidades paroquiais da Diocese de Viana do Castelo. Enquanto coordenador da Pastoral da Saúde só posso dizer: Obrigado. Que Deus vos pague”, vincou.

O padre Fábio Carvalho garantiu ainda que a equipa da Pastoral da Saúde está a tentar ser “eficaz e eficiente” na medida “do que é possível” nesta nova realidade. “Somos os primeiros a defender que todas as ações devem ser presididas pela atitude ética da responsabilidade. Ou seja, proteger-nos a nós próprios, a nossa saúde e a dos outros”, destacou, acrescentando que os profissionais de saúde que compõem a equipa estão “a dar o corpo às balas”.

O capelão informou o hospital de que iria continuar a estar presente “para prestar assistência religiosa às solicitações” quer dos profissionais de saúde, quer dos doentes, cumprindo as regras de segurança para evitar o contágio. “Quando visito doentes, vou completamente protegido. Vou com bata, máscara e luvas… com tudo aquilo a que tenho direito”, contou.

A celebração da missa também se mantém, embora com as devidas limitações. Nesta fase, o capelão salientou que a sua ação tem sido “muito mais” junto dos profissionais de saúde porque a sua presença traz “algo mais”. “Há uns dias, uma médica dizia-me: ‘Senhor padre, não se esqueça de rezar por nós. Reze por nós. Hoje, mais do que nunca, reze por nós e esteja connosco’. Isto a mim enche-me o coração porque, de facto, não somos apenas necessários quando fazemos coisas ou administramos sacramentos, mas também quando estamos próximos e marcamos uma presença efetiva e afetiva junto de doentes e profissionais de saúde.”

A Equipa Diocesana Pastoral da Saúde viu-se ainda obrigada a adiar eventos devido à pandemia do Covid-19, nomeadamente, a 4ª Assembleia Diocesana sob a temática “Somos Igreja que Acolhe, Promove, Defende e Celebra a Vida” e o Encontro Diocesano de Idosos e Doentes em maio, em Ponte da Barca, organizado conjuntamente com o Movimento da Mensagem de Fátima

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