Caminha: Krisálida celebra 10 anos de teatro com um livro que é também “obra de arte”

Dez anos de trabalho, itinerâncias nacionais e projetos educativos resumidos numa “caixa” que é, simultaneamente, livro e objeto artístico. É assim que a companhia de teatro Krisálida assinala a sua primeira década de atividade, numa iniciativa que reúne memórias, criações e circulação cultural pelo país.

Micaela Barbosa
14 Nov. 2025 3 mins

Fundada em 2014, a Krisálida é hoje uma referência no panorama teatral nacional, com atuação em várias regiões, especialmente em Caminha, onde desenvolve um projeto cultural singular, que alia criação artística, pensamento crítico e debate em torno de questões sociais relevantes.

Para além dos espetáculos originais, “promove iniciativas pedagógicas e comunitárias, organiza o Festival de Marionetas Luso-Galaico (MALUGA) e leva as suas produções a palcos nacionais e internacionais, fortalecendo a ligação entre Caminha, a Galiza e outras geografias”.

O projeto editorial, que se afasta da forma clássica de livro, foi concebido como “um objeto artístico”, reunindo quatro eixos de atividade da Krisálida: a criação de espetáculos (Kria), a circulação das peças pelo território (Cirkula), o trabalho educativo com comunidades locais (Eduka) e a iniciativa de acolhimento de outras companhias e festivais (Akolhe). “Dentro desta caixa analisamos estes quatro eixos. Queríamos mostrar não só os conteúdos, mas também a forma e a essência da companhia”, explicou a diretora artística, Carla Magalhães.

As designers responsáveis pela identidade visual da companhia, Sara Costa e Helena Soares detalharam como foi o processo de criação do livro e do rebranding da marca. 

O objetivo foi “atualizar a identidade visual sem romper com a memória afetiva da companhia”. “Procurámos atualizar a imagem, tornando-a mais visível, versátil e fácil de aplicar em diferentes suportes”, esclareceu Sara.

O resultado é uma “caixa” que contém quatro pequenos livros, cada um dedicado a um eixo de trabalho da Krisálida. O exterior mantém “a sobriedade da identidade visual”, enquanto o interior revela “um efeito de surpresa”, com elementos visuais e interativos que refletem a energia da companhia. “Dentro desta caixa, organizámos os elementos para que cada descoberta fosse uma experiência. Não queríamos apenas um catálogo, mas um objeto vivo, que refletisse a elasticidade e a energia da Krisálida”, comentou Helena.

O projeto também reforça o caráter internacional da companhia, ainda que a circulação de espetáculos para além de Portugal seja “mais limitada”. “Queremos que a Krisálida seja reconhecida além-fronteiras”, afirmou Carla Magalhães.

O livro-objeto inclui fotografias de espetáculos, registos das oficinas e festivais promovidos pela companhia, bem como detalhes das colaborações com outras iniciativas artísticas portuguesas e galegas. É, nas palavras das criadoras, “um deslumbramento contínuo, uma experiência que revela diferentes camadas da companhia”.

Em Destaque

Notícias atuais e relevantes que definem a atualidade e a nossa sociedade.

Opinião

Espaço de opinião para reflexões e debates que exploram análises e pontos de vista variados.

Explore outras categorias