Bispo de Viana do Castelo considera que o confinamento mostrou que “a vida cristã não se pode reduzir ao que se passa nos edifícios religiosos”

D. Anacleto Oliveira, Bispo Diocesano de Viana do Castelo, presidiu, na manhã do dia 31 de maio, na Catedral, à Eucaristia da Solenidade de Pentecostes. A celebração contou com a participação de várias dezenas de fiéis, que cumpriram as determinações das autoridades sanitárias e as indicações da Conferência Episcopal Portuguesa.

Notícias de Viana
4 Jun. 2020 2 mins
Bispo de Viana do Castelo considera que o confinamento mostrou que “a vida cristã não se pode reduzir ao que se passa nos edifícios religiosos”

Na
sua homilia, D. Anacleto começou por recordar que “a passada sexta-feira
foi o último dia de jejum das celebrações litúrgicas comunitárias”.
Providencialmente, disse o Bispo, coincidiu com o dia em que a Igreja celebrou
a memória de São Paulo VI, fundador da Diocese. E observou: “Tal como, há
mais de quarenta anos, com São Paulo VI, a Igreja presente em Viana do Castelo
iniciou um tempo novo, também nós, agora, com a reabertura das igrejas,
assistimos a um reinício”.  

D.
Anacleto aludiu, depois, ao comentário litúrgico do Pe. Pablo Lima no jornal
“Notícias de Viana” da passada semana e, em concreto, às palavras que
o autor referiu ter ouvido, recentemente, de um outro sacerdote:
“Agora que acaba a Páscoa, vai começar a Páscoa”.

Partindo
desta expressão, o Bispo afirmou: “Esta foi, talvez, a Páscoa mais viva
que já celebrei. Apesar da ausência dos fiéis, dos quais senti muita falta,
esta foi oportunidade de viver de um outro modo o mistério pascal. De facto,
apesar das celebrações litúrgicas serem essenciais, estas não servem de nada se
não têm repercussões na vida prática, reduzindo-se a mero ritualismo. Da Páscoa
faz parte, acima de tudo, a oferta da vida. Ainda hoje, no Evangelho, escutámos
Jesus a aparecer aos discípulos mostrando as mãos e o lado, sinais da oferta da
vida. Este ano, não houve celebrações comunitárias, mas houve tanta gente a
celebrar a Páscoa, a dar-se aos outros. Houve, em concreto, uma valorização da
família que se tornou mais harmoniosa e redescobriu a beleza da oração em
família. Viveu-se a Páscoa de um modo mais profundo”.

D.
Anacleto considerou, portanto, que “este tempo de confinamento
trouxe grandes lições”, nomeadamente a de que “a vida cristã não
se pode reduzir ao que se passa dentro das paredes dos edifícios religiosos”.

O
Bispo Diocesano expressou o desejo de que esta Páscoa continue a produzir
frutos abundantes na vida dos cristãos, invocando a intercessão de São Paulo VI
que se espera “em breve, poder ser declarado padroeiro secundário da
Diocese”.

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