As Redes Sociais são a nova Praça Pública

Nuno Lemos
16 Jun. 2025 2 mins
Nuno Lemos

As eleições legislativas deste ano mostraram (mais uma vez), que as redes sociais são hoje a nova “praça pública”. Foi lá que muito se debateu e, para muitos, foi mesmo o espaço onde decidiram o seu voto com base no que viram e leram, mesmo que algumas dessas informações pudessem não corresponder inteiramente à verdade.

É precisamente neste ponto que se torna evidente a necessidade de uma presença mais ativa por parte de todos os atores políticos e entidades oficiais. A desinformação ganha terreno porque existe espaço livre para isso. Com uma presença mais constante e próxima, o ambiente seria mais equilibrado e haveria menos margem para a propagação de informação falsa. Na maioria dos casos, tanto a atuação política como a de várias entidades da sociedade civil continuam muito limitada a anúncios e partilhas.

Entretanto, quem aposta a sério no digital consegue preencher o vazio, conquistar atenções e moldar perceções. O problema é que, muitas vezes, fá-lo recorrendo à desinformação e, sem oposição presente, esse discurso ganha força e influência. Quem opta por ficar de fora, perde espaço, perde voz e perde relevância. O resultado é um debate desigual, onde uns dominam a conversa e outros nem chegam a ser ouvidos. No final, quem desvaloriza o digital acaba por pagar o preço… e ninguém se devia espantar depois com isso.

Com as eleições autárquicas a aproximarem-se, teremos mais uma prova. É essencial que todos os candidatos e cidadãos passem a olhar para estas novas praças com seriedade.

Porque também é lá que as vozes se ouvem… e, quando ninguém responde, até quem distorce a verdade pode acabar por convencer.

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