Exclusivo Vida e Cultura

Arcos de Valdevez aposta na cultura como motor de crescimento e desenvolvimento local

A Casa das Artes, em Arcos de Valdevez, é mais do que um edifício histórico. É um dos principais espaços culturais do concelho, que promove uma estratégia cultural diferenciadora que junta tradição e inovação. Recentemente, esse papel foi reforçado com o lançamento do concurso público para requalificação do antigo Cineteatro Alameda, com vista à consolidação de uma cultura viva, descentralizada e com impacte social e económico.

Micaela Barbosa
10 Jun. 2025 4 mins

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o número de dormidas no concelho aumentou 475% nos últimos 10 anos, passando de 18.485, em 2014, para 106.201 em 2024. Para a autarquia, estes números resultam do investimento estratégico e das políticas implementadas por si e pelos seus parceiros nos últimos anos.

Nuno Soares, diretor da Casa das Artes desde 2001, não tem dúvida de que “a cultura tem um papel importante” neste crescimento. “A grande revolução cultural operou-se fora das grandes cidades, e o papel das autarquias foi mais importante que o das unidades centrais, como o Ministério da Cultura”, considerou, explicando que o investimento na cultura sofreu uma transformação significativa ao longo dos anos e que, atualmente, “é a área que mais recebe verbas, no município”. “Quando comecei, a maior parte do orçamento municipal era dedicado a licenciamentos e obras. A área da cultura não tinha um orçamento próprio, exceto para as festas do concelho”, recordou, elogiando a mudança estratégica, com a criação de um serviço de cultura alicerçado na Casa das Artes e o desenvolvimento de novas dinâmicas culturais.

Apesar da evolução, o responsável sublinha que os financiamentos continuam a incidir maioritariamente sobre a componente material. No entanto, alerta que “os espaços culturais não funcionam sem pessoas e sem dinâmicas consistentes”. “A manutenção desses espaços exige uma gestão cultural eficaz e estratégica, e exemplos disso são o Centro Interpretativo do Barroco e as Oficinas de Criatividade Himalaya”, esclarece, reforçando a importância das autarquias em reajustar os seus orçamentos em áreas que implicam um papel “ativo”.

Paralelamente, Nuno Soares reconhece que o trabalho desenvolvido pela Comunidade Intermunicipal (CIM) Alto Minho também potencia a dinâmica cultural, promovendo uma lógica de cooperação entre concelhos. “A nossa estratégia vai em sentido diferente dos outros e é assim que deve ser, até porque isso estimula a movimentação”, defende, admitindo: “Interessa-me que as pessoas de Arcos de Valdevez vão a Ponte de Lima, e que os de Ponte de Lima venham a Arcos de Valdevez. Esta interligação é fundamental, porque potencia uma estrutura supralocal.”

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