Este ano, as corridas de Natal começaram ainda mais cedo. Com efeito, é já habitual que, aí pelos começos de novembro, os diferentes canais de publicidade comecem a usar o isco natalício para promover os seus produtos. Algo similar costuma acontecer com os enfeites festivos promovidos pelas autarquias, instituições culturais, famílias. Mas, este ano, a corrida foi ganha pelo excêntrico (o adjetivo é simpático) presidente da Venezuela que decretou o Natal (ou o seu começo) para o início de outubro. Ignoro a reação do povo venezuelano e se o dito presidente conseguiu, com isto, respirar um pouco melhor.
Por cá, os sinais de Natal vão acelerando: produtos, prendas, decorações, luzes, vão ocupando o seu lugar já habitual no nosso calendário. Todas estas manifestações são não só legítimas mas simpáticas. São, afinal, na sua génese, marcas do Cristianismo na nossa Cultura.
Mas é importante que estes sinais não se desliguem da sua origem e façam esquecer o facto que os originou. Seria como ir à festa, ouvir os foguetes mas ignorar, de todo, o nome do santo. Não seria apenas um empobrecimento religioso, mas também cultural. E a ignorância não costuma ser boa conselheira.
E esta sobreposição, que oculta o Natal, é uma realidade crescente também nos nossos ambientes? Infelizmente, sim.
Apenas dois exemplos. Que vai acontecendo com os meninos dos primeiros anos das nossas escolas? Certamente sem má vontade, mas pelo peso do ambiente, os miúdos, por vezes, vão sendo orientados para o Pai-Natal, os brinquedos, as prendas … e o Menino Jesus vai ficando de fora. Se a Família não supre esta eventual lacuna a informação objetiva fica truncada. Não se trata de que a informação/formação escolar substitua a Catequese cristã mas que seja completa e verdadeira.
Outro exemplo: as decorações de rua. Vai sendo habitual que as representações feéricas sejam apenas traços, círculos, válidos para qualquer festejo, mas ignorantes do Natal. Quando se pergunta pelo porquê desta opção a resposta simplista é conhecida: o Estado é laico. Certo. Mas a maioria das pessoas para quem são feitas estas manifestações artísticas não o são. E, uma vez mais, falha a informação. Não se trata de que se espere uma decoração religiosa, mas sim uma decoração artística, moderna, que, histórica e socialmente, evoque o motivo da festa.
Enfim, em tudo e para todos: o Natal é uma festa e o Menino Jesus, Deus que, por amor, Se fez um de nós, é (deverá ser) o motivo e o centro da festa. O Menino Jesus deverá continuar a ser a verdadeira Luz do Natal.
Notícias atuais e relevantes que definem a atualidade e a nossa sociedade.
Espaço de opinião para reflexões e debates que exploram análises e pontos de vista variados.