O grupo de investimento global First Sentier Group (FSG) anunciou a intenção de adquirir o controlo das concessionárias das autoestradas A27 (Viana do Castelo-Ponte de Lima) e A28 (Porto-Caminha), num negócio que inclui a A22 (Via do Infante, no Algarve). A operação foi comunicada à Autoridade da Concorrência, que a aprovou em 26 de setembro de 2025.
De acordo com o comunicado da Autoridade da Concorrência, a aquisição será feita através da IIP Amaxi, sociedade de investimento controlada, de forma indireta, pelo FSG, que passará a controlar, de forma exclusiva, a DIF 4 e a Fados II, responsáveis pelas concessionárias das vias referidas. “O grupo de investimento global controla em exclusivo, em Portugal, o Grupo Finerge, ativo no sector energético, a Magestop, responsável pela operação e manutenção de duas centrais de biomassa, e a Novae Investments, sociedade holding que tem como único ativo a AEDL – Autoestradas do Douro Litoral, que explora a Concessão da Douro Litoral, integrando três autoestradas (A41, A32 e A43)”, refere o comunicado.
Em reação à notícia, o presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Luís Nobre, enviou um ofício ao Ministério das Infraestruturas e Habitação, no qual alerta que “é com alguma surpresa” que a autarquia teve conhecimento, “através da comunicação social, da autorização por parte da Autoridade da Concorrência do negócio de aquisição das concessões da A28 e da A27 por parte do First Sentier Group, controlado pelo banco japonês Mitsubishi UFJ”.
O autarca afirma que a Câmara Municipal de Viana do Castelo “não questiona a importância nem a venda da concessão”, mas reitera “a necessidade de serem esclarecidas as linhas orientadoras do mesmo junto dos autarcas cujos municípios estas vias servem, para que posteriormente sejam acautelados os interesses das nossas populações”.
Luís Nobre reforça que a A27 e a A28 “são infraestruturas estratégicas para a economia e para o desenvolvimento das regiões a norte do país” e sublinha que “urge serem esclarecidas junto deste Ministério, nomeadamente no que toca a dois pontos fundamentais: se este prevê a manutenção da isenção das portagens na A27 e nos troços da A28 atualmente sujeitos a reduções e isenções; se está previsto um pacote de investimento nestas vias que, atualmente, e devido à carga de tráfego, estão a necessitar de um plano de reabilitação urgente”.
Por fim, recordou que, “durante vários anos, os municípios do Alto Minho, juntamente com empresários e cidadãos/utentes desta via estruturante, bateram-se pela isenção e redução das portagens, tendo em vista um equilíbrio para a coesão territorial e por uma questão de justiça para com as regiões de acesso à fronteira”.
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