Esta expressão italiana que se traduz na “doçura de não fazer nada” é maravilhosa e devemos pô-la em prática na nossa vida.
Há quem a interprete somente como pura “preguiça”, eu interpreto-a como a necessidade de pequenos momentos para estarmos somente connosco, olharmos para nós, dedicarmos tempo a sonhar, cuidar da nossa alma, encontrarmos o nosso equilíbrio emocional. É importante partilhar também “a doçura de não fazer nada” em família e amigos permitindo uma conexão que faz as relações permanecerem no tempo.
Vivemos quase sempre cheios de pressa, numa correria infernal para fazer tudo a que nos propomos. Há momentos em que as pessoas se queixam da vida porque acham que tem muitos problemas e neste stress constante só se deparam com dificuldades para encontrar soluções.
Sem nos darmos conta, temos um “ladrão de tempo” que quase sempre nos acompanha, o nosso querido telemóvel. Quando podemos aproveitar a “doçura de não fazer nada” ele ocupa os poucos minutos que possam ir sobrando. Reconheço-lhe inúmeras vantagens, por isso é que o tenho, mas há uma tendência para o uso desnecessário que é de preocupação geral, tanto pelos mais jovens como pelos mais crescidos.
Há países que tem políticas direcionadas para o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal permitindo e promovendo momentos de lazer. Estas políticas são uma mais valia para uma melhor produtividade e criatividade.
Felizmente em Portugal já vão surgindo empresários com esta visão e estratégia.
Assistimos cada vez mais a relatos de problemas de saúde mental que talvez alguns pudessem ser minimizados com um melhor equilíbrio entre atividade profissional e vida pessoal. Um bom exemplo deste desequilíbrio é o crescimento do número de casos burnout.
Fica o desafio de na loucura dos nossos dias frenéticos dedicar tempo para desfrutar da arte “dolce far niente”!
Já o nosso Fernando Pessoa escreveu:
“Ai que prazer
Não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
E não o fazer!”
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