Reina o silêncio dobre a dor de um povo. Não o silêncio da paz, mas o silêncio da indiferença. Um silêncio ensurdecedor que faz eco entre escombros de gritos abafados nos campos de refugiados esquecidos em lugares onde a vida humana perdeu o seu valor.
O mundo assiste no sofá…
Não com os olhos da compaixão, mas com os olhos do hábito. Tornou-se habitual ver crianças cobertas de poeira e sangue e tornou-se normal ouvir números, como se a dor pudesse ser medida em estatísticas. Mas cada número é um nome, é uma história interrompida e o que está a morrer, mais do que os corpos, é a própria humanidade.
As guerras são hoje o espelho de um fracasso coletivo, um lugar onde o sol nasce todos os dias sobre a ruína, mães embalam filhos mortos e onde crianças aprendem a temer o céu. O cerco é físico, mas também moral, feito de muros invisíveis. A política que não age, a diplomacia que adia, a comunidade internacional que condena em comunicados, mas fecha-se em fronteiras e corações.
Motivo para questionar porque razão os homens, que constroem pontes para unir continentes, não constroem pontes entre os povos. A guerra continua a ser uma ferramenta legítima na mão de Estados, como se matar fosse uma forma aceitável hoje em dia.
Enquanto as bombas caem, caem também os pilares da civilização e tudo é enterrado com cada vida perdida. Cada criança morta, cada mãe desesperada, cada velho enterrado em silêncio, é um aviso de que estamos a falhar.
Resta-nos o grito e a recusa em aceitar o absurdo como normalidade e lembrar que enquanto houver um ser humano a sofrer sob o peso da guerra, o mundo está incompleto, e talvez um dia, este silêncio cúmplice termine destruído, não por uma bomba, mas por uma consciência coletiva que finalmente acorde. Que se veja em cada território devastado, não um problema distante, mas um espelho partido da nossa humanidade.
Enquanto isso, o mundo assiste…
Notícias atuais e relevantes que definem a atualidade e a nossa sociedade.
Espaço de opinião para reflexões e debates que exploram análises e pontos de vista variados.