CEIA de Paredes de Coura: um laboratório ao ar livre para a educação ambiental

Erguido sobre os alicerces de uma antiga colónia agrícola dos anos 50, o CEIA tem algo que poucos centros educativos, em Portugal, podem reivindicar: nasceu não só da vontade de proteger, mas da urgência de compreender. “A ideia nasce da necessidade de haver um suporte, digamos assim, à Paisagem Protegida”, começa por explicar Isabel Barreto, técnica superior do município, acrescentando: “A paisagem protegida nasce em 1999, mas estamos a falar de uma área florestal com muitas espécies, que foi estudada e classificada. Só que, depois, fica aqui um vazio: quem quisesse vir estudar ou desenvolver algum tipo de atividade não tinha onde ficar, nem onde trabalhar. E, portanto, surge esta possibilidade de criar aqui um centro — o nosso Centro de Educação.”

A resposta foi dada com os edifícios que já ali estavam: a antiga escola primária e a casa do professor, que foram convertidas em dormitório e cantina. E, quanto ao espaço educativo, já venceu dois prémios a nível arquitetónico, por ter sido considerado “mais um elemento da floresta, não uma intrusão”.

Quase 20 anos depois, o edifício vai ser reabilitado. Dentro, é um laboratório vivo que acolhe dezenas de grupos por ano, desde escolas, universidades, instituições e associações. “Já recebemos a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Valença, Areosa e Melgaço, jardins de infância, universidades, como a Lusófona e a de Vigo. Aqui, todos têm lugar”, assegura, revelando que estão a colaborar num levantamento florestal que irá atualizar dados com 20 anos. “A Lusófona está, pelo segundo ano consecutivo, a trabalhar connosco com aulas práticas intensivas, e a taxa de sucesso subiu para 90%, porque, aqui, os alunos têm contacto