Alto Minho: Natividade Barbosa desvincula-se do Chega

A ex-vice-presidente da Comissão Política Distrital do Chega de Viana do Castelo, Natividade Barbosa, anunciou a sua desvinculação da estrutura do partido por não concordar com os nomes para a lista de candidatos à Assembleia da República pelo Alto Minho às legislativas de 18 de maio, acusando, ainda, o partido de “corrupção e compadrio”.

Micaela Barbosa
11 Abr. 2025 3 mins

Numa carta aberta à comunicação social e à opinião pública, Natividade Barbosa critica a forma como foram feitas as escolhas para as listas de candidatos às eleições legislativas, tanto em 2024, como às próximas eleições marcadas para 18 de maio.

Em 2024, foi número dois da lista encabeçada por Eduardo Teixeira e, para 18 de maio, foi convidada a integrar a lista em número três, novamente com o antigo social-democrata em número um. “Recusei de imediato, pois, felizmente, não preciso de migalhas e nem de mendigar; vivo bem com o meu trabalho, felizmente. Depois de tudo o que entreguei ao partido – da construção da base local até à presença nas ruas, quando ninguém queria dar a cara – não aceitaria ser colocada atrás de quem nunca lutou nem construiu o que quer que fosse pelo Chega no distrito de Viana do Castelo”, esclareceu. Alegando que a nomeação de Eduardo Teixeira resulta de “um pagamento de favores a André Ventura”, prossegue: “Durante cinco anos, lutei incansavelmente pela implantação e afirmação do partido Chega no distrito de Viana do Castelo. Enfrentei agressões físicas, difamações, ataques internos e externos, provenientes de pessoas mal-intencionadas, contrárias ao partido, e até de elementos internos que, infelizmente, colocaram os seus interesses pessoais acima dos princípios que diziam defender”.

A ex-dirigente também contesta o anúncio de que o número dois da lista seria entregue a Mecia Martins, de Ponte de Lima, ex-CDS, recordando polémicas associadas à sua atuação enquanto vice-presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima. “Apresentei toda a documentação exigida pela direção nacional do partido – situação regularizada perante a Segurança Social, finanças, e sem quaisquer processos ativos em tribunal. No entanto, esta exigência, alegadamente intransigente, é pura fachada: o Chega continua a apresentar como cabeças-de-lista pessoas com dívidas avultadas e com processos judiciais, como é o caso de Braga e Castelo Branco, o que considero vergonhoso e uma afronta aos princípios que o partido Chega diz defender”, atira, denunciando “a falta de coerência, o compadrio e a crescente luta pelo poder pessoal, em detrimento de quem verdadeiramente acredita no projeto Chega e na regeneração do sistema político português”. “Não compactuo com sede de poder, com traições nem com jogos de bastidores”, frisou.

O Notícias de Viana tentou contactar Natividade Barbosa, mas sem sucesso. Já a Comissão Política Distrital do Chega de Viana do Castelo, que terminou o seu mandato no dia 2 de abril, não quis comentar por estar “em processo interno”.

Fotografia: Facebook

Tags Política

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