Quando acordamos todas as manhãs, não sabemos bem o que nos espera. O que é que aqueles dois “miúdos” a quem entregaram um país, pior ainda, o mundo para governar, vão fazer. Dois “catraios” a quem deram o tão desejado brinquedo que vai ser usado, destruído e vai ajudar a destruir o dos outros “meninos”. Entre o cabelo alaranjado e o boné, venha o diabo e escolha. Atrás deles, outros dois que vão alimentando o ego dos “gaiatos” para proveito próprio e futura oportunidade de se baterem, também eles, pelo brinquedo desejado. E nós, o mundo, à espera, a sofrer as consequências.
Na Terra Prometida, alguém que também foi eleito, escolhido por muitos milhares de votantes, brinca, como os seus amigos, o alaranjado e o do boné, com os seus brinquedos e quer brincar com os dos outros. Esqueceu-se do que o seu povo passou durante séculos – por favor, não confundam este com o povo judeu. Esqueceu-se o que é ser perseguido. O que fez, e faz, em Gaza é um crime abominável. Não defendo o Hamas, bem entendido, sem esquecer que foi criado e armado por Israel.
Cá por dentro, também se brinca. Brinca-se com malas, brinca-se com casinhas e terrenos, brinca-se com uma empresa, brinca-se com eleições, brinca-se com a inteligência e com a capacidade de aguentar e resistir a estes “adolescentes”.
É revoltante a “generosidade” de certas pessoas (serão pessoas?) que se preocupam com os imigrantes e lhes arrendam “quartos” a 400/500 € mês, sem recibo, sem condições mínimas, ou os empregam , tão cheios de “humanidade”, com horários de sol a sol e vencimentos (quando os há) abaixo do ordenado mínimo. Que castigo merecem?
Tanto desânimo foi aplacado por dois casos que me encheram a alma.
Há dias, tive a ocasião de visitar a Casa do Passal – Museu Aristides de Sousa Mendes, em Cabanas de Viriato, inaugurada em Julho último. A vida desta personagem excepcional de generosidade e humanidade, a sua queda e perseguição a que foi sujeito por parte de outro que também governava o país não como um brinquedo, mas como o seu próprio quintal, já era sobejamente conhecida. Alguém que arriscou uma vida muito confortável e a dos seus 15 filhos para ajudar milhares de outros seres humanos, principalmente judeus, alguns dos antepassados daqueles que agora cometem barbaridades. Espaço muito bem restaurado, exposição muito bem concebida, com documentos, fotografias e objectos reais e virtuais. Uma emoção, uma lição de História e, acima de tudo, de Humanidade. Tive a sorte de ouvir uma descendente de uma dessas sobreviventes a contar a história da sua mãe. Muito comovedor!
A esperança num mundo melhor, mesmo que numa pequena escala, vem-nos da atitude exemplar e humanista de dois cidadãos portugueses que, depois da venda do Grupo Primavera que tinham fundado, podendo estar a gozar despreocupadamente desses rendimentos, criaram, com as respectivas mulheres e filhos, uma Fundação. Jorge Batista e José Dionísio “desviaram” 3 milhões de euros das suas contas para a criação da Fundação Primavera “… para dar resposta à «necessidade urgente» de transformar vidas e promover o bem-estar de crianças e de idosos em situação de vulnerabilidade.”
Dois enormes gestos de Generosidade e de Humanidade!
SUGESTÕES:
Ler – A queda de um anjo, Camilo Castelo Branco
– O mundo em que vivi, Ilse Losa
Visitar – Casa do Passal – Museu Aristides de Sousa Mendes, Cabanas de Viriato
– Fundação Primavera, https://fundacaoprimavera.org/
** (Escrito de acordo com a ortografia antiga)
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