O parlamento aprovou a reposição de 302 freguesias por desagregação de Uniões de Freguesias criadas pela reforma administrativa de 2013. No Alto Minho, vão separar-se quatro: três em Viana do Castelo - Barroselas e Carvoeiro, Mazarefes e Vila Fria, e Cardielos e Serreleis, e uma em Ponte de Lima - Gaifar, Sandiães e Vilar das Armas.
Na União de Freguesias de Cardielos e Serreleis, fez-se uma recolha de assinaturas que mostrava a vontade da desagregação. “Os de Serreleis é que quiseram separar-se. E, para nós, é igual porque nunca fizeram nada”, disse um morador, criticando a política. “Há muita falta de cultura por parte das pessoas. Deviam pensar antes de falar. Como é que alguém sem dinheiro, pode fazer obra?”, atirou, assegurando que “o presidente da União de Freguesias tem trabalhado para os dois lados”.
A grande maioria reconhece, ainda, que “existem picardias antigas” e, “por mais que se deem bem, cada um puxa à sua sardinha”. “Apesar de não morar em nenhuma das freguesias que vão separar-se, vivo numa outra que não foi aprovada por falta de eleitores, mas a perceção que tenho é que as coisas estão a resultar. É claro que ainda havia coisas a melhorar, mas é preciso perceber os prós e os contras, como por exemplo, a questão dos recursos humanos e financeiros”, argumentou, defendendo que as Uniões de Freguesias deveriam continuar como estavam, porque “12 anos é muito pouco para avaliar”.
Para o presidente da União de Freguesias, João Luís Silva, “deveriam existir mais uniões”. Mas, “foi uma vontade que partiu da Assembleia da República”. “Estou aqui a 100%, porque tenho disponibilidade. Estou na pré-reforma, e sinto que, em questões de otimização e de recursos (humanos e materiais), só tínhamos a ganhar”, salientou, esclarecendo os rumores que circulam sobre ter feito mais por Cardielos do que por Serreleis. “Não concordo, porque trabalhei nas duas freguesias em função das suas necessidades”, garantiu, recordando que, em Serreleis, construíram uma capela mortuária e remodelaram o campo de futebol e, em Cardielos, estão a construir uma ponte e colocaram as redes fluviais. “Apesar de fazer confusão todo este processo, sinto também que as pessoas não entendem que só existe uma entidade/freguesia e um número de contribuinte e que, por acaso, tem duas paróquias”, acrescentou, revelando que será candidato pela freguesia de Cardielos, porque nasceu ali. “Tenho três anos de política. Tenho muitos projetos que quero concretizar. Entre eles, licenciar o parque de merendas, junto à marginal, para fazer uma churrasqueira e melhorar os acessos a S. Silvestre”, adiantou.
Em Mazarefes e Vila Fria, o processo desenvolveu-se da mesma forma, com assinaturas nas duas freguesias. E, o discurso é o mesmo, tendo por base “as picardias antigas”: “A Junta só puxa para Mazarefes” e “A Junta só puxa por Vila Fria”.
Manuel Barreto, presidente da União de Freguesias,
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