O ano de 2022 marca o início da editora Mnemónica. Um projeto, em Paredes de Coura, da autoria do realizador Paulo Pinto e da arquiteta Susana Vassalo. O propósito é fazer renascer a tradição dos discos de vinil dedicados à poesia e à palavra dita.
Como tantos outros projetos, a ideia de criar uma editora “já existia há muito tempo” na cabeça de Paulo Pinto. No entanto, só veio a acontecer quando conheceu Arnaldo Trindade, o fundador da editora Orfeu. “A inspiração vem daqui”, começa por dizer o realizador, recordando que Arnaldo Trindade gravou e editou o primeiro disco de poesia em Portugal. E, mais tarde, muitos outros surgiram.
O primeiro disco da Mnemónica chama-se “Arnaldo Trindade lê Arnaldo Trindade”. Todo ele é pensado ao pormenor pelos autores do projeto e por uma equipa de designers porque, para além de “resgatar” a tradição dos discos de poesia, procuraram “inovar” com “um lado mais documental” e artístico.
O lado A é composto pela leitura de poemas e o lado B por uma conversa, em que o próprio Arnaldo Trindade recorda o que foi a extraordinária aventura da Orfeu. “A gravação não é feita em estúdio. No caso deste disco, foi em casa. Gravámos tudo seguido. Não há cortes”, contou, sublinhando que o objetivo é que “quem ouve, sinta que a pessoa está a ler para ela”. “Ouve-se o Arnaldo a passar as folhas e a beber, por exemplo”, revelou.
O segundo disco chama-se “As casas: Romarigães e Outras Histórias”, da jornalista Sofia Saldanha. “É um disco que acabou por diversificar o nosso conteúdo de edição, mas é dentro da mesma linha. É um áudio-documentário com entrevistas”, explicou, sublinhando a ligação deste disco a Paredes de Coura.
Nos dois discos, há ainda outro pormenor que é “diferenciador”, muito embora tenha sido uma prática
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