Diocese quer novos projetos e modelos de intervenção para pessoas carenciadas

O Centro Pastoral Paulo VI, em Darque, acolheu as Jornadas Diocesanas de Pastoral. Sob o mote “Rostos de Cristo”, o evento visou “mostrar à Diocese novos projetos e modelos de intervenção para apoiar pessoas que, no mundo de hoje, são e estão marginalizadas”.

Micaela Barbosa
2 Dez. 2024 3 mins

As Jornadas Diocesanas de Pastoral foram organizadas em conjunto com o Instituto Católico de Viana do Castelo. E, de acordo com um dos elementos da direção, “é uma obrigação, enquanto cristãos”, surpreender-se com o pobre, o marginalizado, mais especificamente, a pessoa em condição de sem-abrigo. “Muitas vezes, não olhamos para essas pessoas”, lamentou Álvaro Campelo, frisando a importância de se falar sobre o tema. “Os oradores convidados exercem um papel a nível nacional e têm uma experiência na área e, portanto, as suas partilhas iriam enriquecer a Diocese com novos projetos e modelos de intervenção”, explicou, acrescentando: “O nosso objetivo foi trazer vozes nacionais de incentivo à igreja, desde o clero aos leigos, nas atividades de apoio às pessoas que são e estão marginalizadas”. No entanto, a participação mostrou que “os Rostos de Cristo não são uma preocupação para a maior parte da igreja”.

O Bispo, D. João Lavrador, também participou e, após a intervenção de Alfredo Abreu (fundador do movimento Serve the City), reafirmou a “pertinência, atualidade e abrangência da extensão de uma verdadeira teologia prática e vivencial”. “Aqui, tivemos como professor de teologia, não o mestre que fez os grandes cursos, mas aquele que, a partir da sua vida, simplicidade e marginalidade, começou a captar, a reconhecer a sua própria dignidade e despertar na sociedade, que inclui a igreja, para essa grande lição que vêm a partir daqueles que vivem os Rostos de Cristo na sua vida”, referiu, lamentando que “é pena que toda a população da Diocese” não esteve ali para ouvir.

Questionado sobre se a Diocese está sensível a estes temas, o prelado respondeu que “gostaria que sim”. No entanto, teme que não. “Estamos muito influenciados pelo sucesso, poder e de um certo fascínio por aquilo que são as realidades materiais e a Igreja pode estar um pouco afetada com essa realidade e não se colocar numa voz profética e, sobretudo, em gestos proféticos”, apontou, sublinhando a importância de novos projetos que promovam o encontro e dar lugar ao outro. “É realmente importante e, provavelmente, não lhe estamos a dar o lugar que deveria ter”, acrescentou.

O Pe. Rui Rodrigues é Vigário da Ação Social e Paula Amorim veio da paróquia da Meadela e participaram nas Jornadas para “valorizar o que a Diocese promove”. “É um tema muito atual. E, como Igreja que somos, devemos estar despertos para estas novas realidades”, afirmou Paula Amorim, especificando com os migrantes. “São cada vez mais as pessoas que chegam a Portugal. E, por muito que se fale, é preciso olhar para eles como Rostos de Cristo”, salientou. “É pertinente porque temos de olhar para a nossa sociedade e perceber, infelizmente, que há cada vez mais carenciados”, acrescentou o Pe. Rui Rodrigues, lembrando que as instituições requerem mais apoio”. “Todas as instituições da nossa Diocese têm a preocupação de olhar para os mais carenciados e vulneráveis”, assegurou, elogiando o trabalho desenvolvido dos Centros Paroquias, Cáritas e Conferências Vicentinas.

As Jornadas Diocesanas de Pastoral contou ainda com o apoio dos Móveis Cambão e teve como oradores Alfredo Abreu, fundador do movimento Serve the City, Rita Valadas, presidente da Cáritas Portuguesa, e Eugénia Quaresma, diretora da Obra Católica Portuguesa das Migrações.

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