O Centro Paulo VI, em Fátima, acolheu, entre os dias 25 e 27, a edição 2019 das Jornadas Nacionais de Catequistas sob mote “Uma Catequese Inovador”. A iniciativa, organizada pelo Departamento de Catequese do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), homenageou o Monsenhor Amílcar do Amaral, “um visionário e sólido inovador na área da catequese contribuindo para a sua estruturação no nosso país, um plano de formação e a edição dos primeiros catecismos”.
No dia 26, o encontro que reuniu mais de 500 catequistas de todo o país, contou com a apresentação do tema “A Catequese dos Adolescentes à luz da Carta Pastoral” por D. Anacleto Oliveira, Bispo de Viana do Castelo e vogal da CEECDF.
D. Anacleto explicou a mudança de paradigma proposto para a catequese com adolescentes a partir da carta pastoral “Catequese: A Alegria do Encontro com Jesus Cristo”.
“Em 2015 o Papa Francisco deu um ‘abanão’ aos Bispos portugueses na visita ad limina, ao interpelar-nos sobre o porquê dos nossos adolescentes abandonarem a Igreja depois de tantos anos de catequese”, disse o bispo.
Na conferência subordinada ao tema «A Catequese à luz da Carta Pastoral», D. Anacleto explicou que as palavras do Papa Francisco deram “novo impulso e novas linhas de intervenção” a uma necessidade já sentida.
“Quisemos tornar claro que o modelo escolar, com um catequista e um grupo de catequizandos, uma hora por semana, com um conjunto de aprendizagens intelectuais subjacentes, é obsoleto e deve ser abandonado, para dar lugar a um caminho conjunto entre o catequista e os catequizandos, num modelo mais catecumenal, mais projetual, que implique o coração, as mãos e os pés”, referiu.
Para D. Anacleto Oliveira é fundamental que os “catequistas não tenham medo de tentar, de experimentar e de arriscar novos caminhos e abordagens na catequese com os adolescentes”.
“O catequista, nesta fase, deve fazer-se próximo, caminhar lado a lado, com os adolescentes e, mesmo que não se aprenda todo o conteúdo, deve ter-se o cuidado de proporcionar o encontro com Jesus Cristo e a alegria que daí nasce”, acrescentou.
O bispo frisou ainda a importância e a função do grupo na catequese para os adolescentes.
”O segredo para a consistência do grupo de amigos depende do encontro e do confronto; do encontro na medida em que os adolescentes brincam, discutem, refletem, rezam, cantam, fazem coisas em comum; para uma coesão maior, precisam do confronto, de um desafio comum, com outras realidades, com outros grupos, com a comunidade, em que atuem como grupo”, afirmou.
A intervenção de D. Anacleto terminou com um apelo às próximas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), a realizar em Lisboa em 2022.
“Uma coisa que marca um adolescente para toda a vida é a vivência e a experiência de um evento. É por isso que as JMJ são uma graça para nós. E nestes três anos de preparação, já os adolescentes estão a viver as Jornadas. Ainda bem que uma Diocese despertou para isso e o Projeto Say Yes se está a alargar ao país inteiro. As JMJ já começaram no nosso país”, concluiu.
Ainda no domingo, o padre José Henrique Pedrosa, da catequese de Leiria-Fátima, abordou o tema “Com os Adolescentes, uma metodologia catequética projetual, participada e comprometida”.
O tema “Os Adolescentes, a catequese e a Jornada Mundial da Juventude” encerrou o dia de trabalho, apresentado pelo padre. Tiago Neto, da catequese de Lisboa.
No domingo, as JNC19 refletiram sobre a realidade do projeto da “Catequese Familiar” já no sexto ano de funcionamento, sob a orientação do padre Vasco Gonçalves, diretor do Secretariado Diocesano de Catequese de Viana do Castelo e pároco de Monserrate, na cidade, para além de outras responsabilidades.
O evento incluiu ainda uma mesa redonda sob o tema “Outras vozes sobre os adolescentes”, moderada por Cristina Sá Carvalho, do SNEC.
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