São João Paulo II foi declarado, no passado dia 25 de março, aniversário da publicação da Encíclica “O Evangelho da Vida” [05 de março de 1995], dia da Solenidade da Anunciação do Senhor, como padroeiro da capelania do Hospital de Viana do Castelo para “inspirar e proteger” os profissionais de saúde e doentes desta Instituição.
O capelão do hospital de Santa Luzia e diretor do departamento diocesano da Pastoral da Saúde, padre Fábio Carvalho, explicou que a escolha do Papa João Paulo II para co-patrono da capelania foi pensada há cerca de dois anos pelo facto deste ser uma “figura incontornável” que lutou por uma “cultura da vida, oposta à cultura da morte e do descarte da pessoa”. “Senti que não faria sentido não deixar o nome do Papa João Paulo II impresso no hospital e na capelania, sobretudo por causa da conceção que ele legou sobre a pessoa humana e a dignidade da vida humana. A luta da Igreja, ao longo dos séculos, sempre esteve do lado do princípio de que a vida não é qualquer coisa de descartável, mesmo quando se encontra a braços com o sofrimento. É sempre um dom de Deus que exige responsabilidade e não abandono; exige de nós uma palavra de solidariedade e solicitude”, disse, salientando: “A capelania fica assim, sob proteção do Papa João Paulo II para que ele seja modelo inspirador a todos os profissionais de saúde da nossa instituição, no que diz respeito à defesa do valor inviolável da dignidade da vida humana, desde o seu início até à morte natural.”
Pastoral da Saúde contribui no combate à pandemia e apoia profissionais de saúde
Face ao Covid-19, a Pastoral da Saúde associou-se à Liga dos Amigos do Hospital de Viana do Castelo (LAHVC) e lançou uma campanha de angariação fundos, até ao final do mês de abril, que apela “à generosidade” dos sacerdotes, para a aquisição de ventiladores e outro material necessário ao combate da pandemia. “O hospital está preparado para responder como todos hospitais a um determinado número de situações. A questão aqui era se, de uma semana para a outra, os números aumentassem drasticamente e é evidente que nenhum hospital, do pé para a mão, consiguiria ventilar todos os doentes, que foi o que aconteceu em Itália e Espanha. Felizmente, estamos longe de um cenário desses, mas comecei a ter esta preocupação e, um dia, falei com um colega, o Sr. Pe Domingos Meira, e pedi-lhe a opinião se nós padres da Diocese nos juntássemos, entre nós, e angariássemos algum dinheiro, independentemente do valor, e nos associássemos à Liga do Amigos com o objetivo de comprar material de suporte às necessidades do hospital”, contou.
Depois da aprovação e incentivo de D. Anacleto a campanha seguiu e, neste momento, a Diocese de Viana do Castelo já reuniu “cerca de 47 mil euros, dos quais 45 mil já foram transferidos para LAHVC”. “A maior parte deste dinheiro é proveniente das contas dos padres e fábricas da igreja, embora haja contributos de muitas outras pessoas que se quiseram associar à campanha”, contou. “Apelámos à generosidade dos padres da Diocese e, ao fim de poucas horas, já tínhamos cerca de seis mil euros”, adiantou, frisando que a adesão dos sacerdotes foi “extraordinária”. “Nesta fase, a palavra que tenho para os sacerdotes que contribuíram é de gratidão pela grande generosidade das comunidades paroquiais da Diocese de Viana do Castelo. Enquanto coordenador da Pastoral da Saúde só posso dizer: Obrigado. Que Deus vos pague”, vincou.
O padre Fábio Carvalho garantiu ainda que a equipa da Pastoral da Saúde está a tentar ser “eficaz e eficiente” na medida “do que é possível” nesta nova realidade. “Somos os primeiros a defender que todas as ações devem ser presididas pela atitude ética da responsabilidade. Ou seja, proteger-nos a nós próprios, a nossa saúde e a dos outros”, destacou, acrescentando que os profissionais de saúde que compõem a equipa estão “a dar o corpo às balas”.
O capelão informou o hospital de que iria continuar a estar presente “para prestar assistência religiosa às solicitações” quer dos profissionais de saúde, quer dos doentes, cumprindo as regras de segurança para evitar o contágio. “Quando visito doentes, vou completamente protegido. Vou com bata, máscara e luvas… com tudo aquilo a que tenho direito”, contou.
A celebração da missa também se mantém, embora com as devidas limitações. Nesta fase, o capelão salientou que a sua ação tem sido “muito mais” junto dos profissionais de saúde porque a sua presença traz “algo mais”. “Há uns dias, uma médica dizia-me: ‘Senhor padre, não se esqueça de rezar por nós. Reze por nós. Hoje, mais do que nunca, reze por nós e esteja connosco’. Isto a mim enche-me o coração porque, de facto, não somos apenas necessários quando fazemos coisas ou administramos sacramentos, mas também quando estamos próximos e marcamos uma presença efetiva e afetiva junto de doentes e profissionais de saúde.”
A Equipa Diocesana Pastoral da Saúde viu-se ainda obrigada a adiar eventos devido à pandemia do Covid-19, nomeadamente, a 4ª Assembleia Diocesana sob a temática “Somos Igreja que Acolhe, Promove, Defende e Celebra a Vida” e o Encontro Diocesano de Idosos e Doentes em maio, em Ponte da Barca, organizado conjuntamente com o Movimento da Mensagem de Fátima
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