É com extrema preocupação que temos assistido no último ano à progressiva anulação dos tempos e espaços de elaboração do luto, como sejam os velórios e a redução drástica das celebrações exequiais.
Quando se perde um ente querido acontece uma das rupturas relacionais mais dolorosas que algum dia se possa experienciar. Não existem, por muito bonitas e mais empáticas que sejam, palavras que descrevam suficientemente aquilo que cada sujeito vivencia nesse processo de perda.
Há um crescente e preocupante número de pessoas com graves problemas de ordem mental e espiritual associados à não elaboração de lutos. Pessoas a quem foi impedida uma simples palavra de despedida dos seus familiares, velórios curtíssimos e enterros quase sem passagem pela igreja.
Não é este o caminho a seguir! Estão a abrir-se feridas profundas que muito dificilmente serão curadas.
Importa, por isso, apesar do actual contexto pandémico e respeitando as regras de segurança, reconsiderar a importância dos momentos de velório e a celebração digna das eucaristias exequiais, em nome da saúde mental e espiritual de todos.
Notícias atuais e relevantes que definem a atualidade e a nossa sociedade.
Espaço de opinião para reflexões e debates que exploram análises e pontos de vista variados.