A Vigararia do Clero da Diocese de Viana do Castelo promoveu, no dia 23 de fevereiro, um encontro do clero diocesano que teve como mote o Ano de S. José e a Carta Patris Corde, e que decorreu em formato online, orientado pela partilha do Pe. Paulo Emanuel.
Neste sentido, depois de um breve percurso histórico sobre a abordagem mais recente da figura de S. José por parte dos Papas, o Pe. Paulo Emanuel orientou a reflexão partindo da estrutura da Carta Apostólica do Papa Francisco, falando de S. José como Pai amado, Pai na ternura, Pai na obediência, Pai no acolhimento, Pai com coragem criativa, Pai trabalhador e Pai na sombra.
Com efeito, começou por mencionar a ligação entre a referência a S. José e a situação de pandemia que atravessamos, considerando que, do mesmo modo que S. José foi agindo no anonimato e sem protagonismo, ao longo destes meses de pandemia pudemos verificar, de igual forma, que “as nossas vidas são tecidas e sustentadas por pessoas comuns (habitualmente esquecidas), que não aparecem nas manchetes dos jornais e revistas”, sugerindo, nesta linha, a gratidão como gesto fundamental a vida cristã. “A verdade apresenta-se sempre com minúscula”, apontou.
Por conseguinte, deixou claro que a figura de S. José evidencia que a fé não oferece soluções fáceis, mas se concretiza no dom total e na aceitação da história pessoal de cada um. “Na nossa vida, muitas vezes sucedem coisas, cujo significado não entendemos. E a nossa primeira reação, frequentemente, é de desilusão e revolta. Diversamente, José deixa de lado os seus raciocínios para dar lugar ao que sucede e, por mais misterioso que possa aparecer a seus olhos, acolhe-o, assume a sua responsabilidade e reconcilia-se com a própria história. Se não nos reconciliarmos com a nossa história, não conseguiremos dar nem mais um passo, porque ficaremos sempre reféns das nossas expectativas e consequentes desilusões”, referiu, citando o documento papal.
No final, apresentou a pessoa de S. José como figura de liberdade e como modelo contra a posse, “por nunca ocupar o centro, mas dar e ceder o espaço e o centro a Jesus”. “Quando assim não é, quando a vocação não chega ao dom de si mesmo nem é capaz de servir, torna-se frustração”, finalizou.
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