Pe. Manuel de Passos da Silva: “Somos pessoas que cuidam de pessoas”

O CPSB procura contribuir de forma justa e efetiva para o respeito dos direitos sociais das pessoas idosas, através da prestação de serviços que promovam o bem-estar e a qualidade de vida, nomeadamente através da adoção de condutas baseadas no profissionalismo e ética, no âmbito das atividades que presta.

No CPSB, os utentes e seus familiares encontrarão um ambiente familiar que poderá contribuir para uma melhor qualidade de vida, manutenção do nível de autonomia e promoção das capacidades individuais de cada um. 

A sua visão é promover as respostas sociais da Estrutura Residencial para Idosos (ERPI), Centro de Dia (CD) e Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) de forma sustentada, integrada numa rede de parcerias sociais, e ser uma estrutura de referência enquanto instituição, aproximando pessoas através da consolidação de afetos, do desenvolvimento humano e da valorização do indivíduo e da qualidade dos serviços prestados.

Os valores pautam-se pela humanização, igualdade, individualidade, competência, confidencialidade, privacidade e solidariedade.

(Notícias de Viana): Quantas pessoas engloba o Centro Social e Paroquial?

(Pe. Manuel de Passos da Silva): O número médio de utentes, em período normal, é de 32 em ERPI, de 30 em CD e de 27 em SAD.

No total, a instituição conta com 36 colaboradores. É composta pelo Conselho Fiscal e pela Direção, em que se incluem, ainda, a Diretora Técnica executiva e Gestora da Qualidade, e a Diretora Técnica do Centro de Dia. Temos ainda uma administrativa e uma equipa técnica, formada por uma Enfermeira, uma Fisioterapeuta e uma Gerontóloga. 

O quadro completa-se com uma Encarregada Geral, uma Encarregada de Sector, nomeadamente, Cozinheira (mais as ajudantes de cozinha), AAD (“Assistente de Apoio Domiciliário”), ASG (“Assistente de Serviços Gerais”)  e Lavadeira, e os voluntários. Relativamente aos serviços externos, incluem-se os médicos, HACCP (conjunto de princípios técnicos para produção e manipulação dos géneros alimentícios), HST (Higiene e Segurança no Trabalho), QA (sistema de gestão da qualidade) e outros.

(NV): Quais as principais necessidades/dificuldades que existem num Centro Social e Paroquial? 

(PMPS): As necessidades e dificuldades num centro Paroquial e Social são idênticas às das outras IPSS e centram-se, sobretudo, na gestão dos recursos humanos e económicos existentes, para garantir a prestação dos serviços com o máximo de qualidade e humanismo aos utentes que lhes são confiados.

(NV): Quais as principais iniciativas realizadas com os idosos?

(PMPS): Temos ampliado o género de atividades possíveis para o período em questão, nomeadamente, com sessões online. Atualmente, dispomos dos seguintes exemplos de atividades:

• Participação em iniciativas religiosas (recitação de terço, via-sacra, celebração eucarística);
• Interações grupais com debates de grupo sobre temas como a saúde, a morte e outras problemáticas que preocupam os seniores, com acompanhamento psicológico e de enfermagem;
• Aulas de Dança (via remota, com entidades parceiras);
• Atividades “Mexe a voz”, inserida no projeto “Música & Inclusão no Alto Minho” (remotamente);
• Atividades de raciocínio lógico presencial, orientadas pela Gerontóloga
• Trabalhos manuais alusivos aos dias comemorativos, com a intervenção da Animadora sociocultural;
• Ginástica Geriátrica presencial, apoiada pela Fisioterapeuta;
• Aulas de Yoga (via remota, com entidades parceiras);
• Visualização de filmes;
• Criação de uma Rádio Sénior S. Pedro;
• Passeios ao exterior nos veículos da instituição;
• Consultas de Medicina Interna e Neurologia, na prevenção do isolamento e de todas as restantes consequências pandémicas na saúde geral e mental dos idosos.

(NV): A pandemia trouxe ainda mais dificuldades. Como fizeram face aos desafios lançados pela Covid-19?

(PMPS): As dificuldades aumentaram, nomeadamente, com a necessidade de reforçar todos os materiais de proteção e desinfeção, o que permitiu a esta instituição sobreviver sem nenhum caso de Covid-19 junto dos utentes. As despesas foram elevadas quer com os equipamentos de proteção, quer com os materiais de desinfeção, os testes de rastreio, etc.. Também agravou esta situação o encerramento do Centro de Dia que se refletiu na economia da instituição. 

Face a estas problemáticas, a Direção da instituição esforçou-se por gerir os recursos existentes e contou também com a solidariedade e apoio de alguns particulares, empresas e Município, com oferta de alguns materiais de proteção (máscaras, luvas, desinfetantes, fatos de proteção) e tablets para os idosos poderem comunicar com os seus familiares e o meio envolvente.

Relativamente aos idosos, para colmatar danos na saúde mental:

procurámos disponibilizar e reforçar meios de comunicação e tecnologias que permitiram manter os contactos sociais, suprindo o efeito negativo que a ausência de contactos presenciais produz;

aconselhámos e ajudámos os seniores na adaptação e utilização desses meios de comunicação e tecnologia;

reforçámos as atividades, procurando criar condições para a fruição e para o bem-estar dos idosos, mantendo-os fisicamente ativos com diversidade de exercícios e movimento;

mobilizámos a comunidade para manter os contactos sociais, oferecendo companhia, conforto e apoio aos idosos da instituição, mesmo que à distância (através de chamadas telefónicas ou video-chamadas, sessões com atividades remotas);

seguimos e explicámos com clareza as indicações das autoridades de saúde aos utentes (alterações efetuadas internamente, alteração de procedimentos, etc.);

proporcionámos acompanhamento médico e psicológico, com consultas de medicina interna, neurologia e psicologia.