O servo de Deus Frank Duff nasceu em Dublin, na Irlanda, no dia 7 de junho de 1889. Frank nasceu numa família numerosa, em que era o mais velho de 7 irmãos. A sua família sempre permaneceu unida, resultado do exemplo de uma fé firme e alegre que os pais transmitiram a todos os filhos.
Durante a infância, Frank frequentou a Escola de Belvedere dos Jesuítas, seguido do Colégio Blackrock dos Padres do Espírito Santo. Foi um ótimo estudante alcançando sempre classificações de excelência. Dessa forma, conquistou o tão cobiçado primeiro prémio de língua gaélica em Blackrock. Na sua juventude gostava muito de desportos, entre os quais ténis, atletismo, natação e críquete. Para além disso, gostava muito de rir, revelando um profundo sentido de humor. Sem dúvida, um jovem de altamente promissor.
A nível profissional, Frank trabalhou, a partir dos 19 anos, como funcionário público. Ingressou nos Serviços de Estatística e, mais tarde, no Ministério das Finanças. Embora absorvido pelo trabalho, participava na Eucaristia e comungava todos os dias, visitava o Santíssimo Sacramento e rezava o Terço.
Em 1913, aos 24 anos, Frank Duff entrou numa Conferência de S. Vicente de Paulo, em que trabalhou ativamente durante muitos anos, ajudou e assistiu os mais necessitados. Após quatro anos, em 1917, foi nomeado para Presidente da Conferência de S. Vicente de Paulo, designada Conferência de S. Patrício.
Mais tarde, caiu-lhe nas mãos um pequeno livro intitulado “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria”, escrito por S. Luís Maria de Montfort. Frank Duff rezava o Terço todos os dias, com uma forte fé em Nossa Senhora, exemplificada por esta citação “Deus criou Maria do nada; foi a Sua obra prima. Por amor a redimiu; num gesto de ternura, escolheu-a para Sua Mãe. Tudo quanto ela tinha, tudo quanto ela fez, refletia a glória do Omnipotente. Louvá-la é louvar e honrar o poder e a bondade maravilhosa de Deus. Engrandecer Maria é engrandecer o Senhor.” No entanto, sentiu a necessidade de fortalecer a sua fé com o estudo de Teologia sobre Nossa Senhora.
No dia 7 de setembro de 1921, véspera da Natividade de Nossa Senhora, Frank Duff, juntamente com o sacerdote Michael Tober e um grupo de senhoras da Arquidiocese de Dublin fundou o primeiro præsidium da Legião de Maria, sob o título de Nossa Senhora da Misericórdia. Assim, a Legião nasceu com os primeiros perfumes da Natividade de Nossa Senhora, no dia 8 de setembro. Nascera, realmente, com Maria. Desde esta data até à sua morte, em 7 de novembro de 1980, Frank guiou a disseminação mundial da Legião de Maria com dedicação heróica.
Numa entrevista, Frank Duff referiu: “A história da Legião de Maria carateriza-se por um passo levar a outro passo. Não houve um projeto. Apesar de o planeamento ser quase nulo, saiu uma coisa quase perfeita”. Frank Duff via a Legião como um exército destinado a estabelecer o Reino de Deus no mundo inteiro. Assim, em 1922, abriu o Lar de Santa Maria, que se dedicava ao apoio e reabilitação de jovens raparigas cuja vida não lhes sorriu. Em 1927, fundou o Lar Estrela da Manhã, que dava alojamento completo a mulheres e aos seus filhos. Mais tarde, em 1930, Frank Duff abriu o Lar Regina Cœli, que educou e alimentou mais de quatro mil crianças que estavam na miséria. Todas estas obras são uma honra para a sua fé e a sua pátria, em que as Legionárias se sentiam felizes ao cuidar das pessoas com ternura até ao fim.
Assim, podemos concluir que a Legião de Maria tem, naturalmente, uma espiritualidade centrada na Eucaristia e na devoção mariana, com a recitação do Terço e os compromissos semanais, de uma reunião de oração e formação para a ação, e duas horas de “trabalho legionário”, ou seja, de apostolado direto através do contacto pessoal, especialmente junto das pessoas mais afastadas da prática religiosa ou marginalizadas pela sociedade (visitas ao domicílio a doentes, pessoas solitárias, idosos, por ocasião de um batismo, casamento ou falecimento), catequese nas paróquias ou ao domicílio, visitas a pessoas hospitalizadas ou em lares, ações junto de emigrantes, alfabetização, visitas a presos e suas famílias, ações em ambientes de drogas e prostituição.
Em 1956 Frank Duff foi convidado pela Universidade de Dayton-Ohio, Estados Unidos da América do Norte, a receber a mais elevada honra que podia conferir: o Prémio Marianista. Foi apresentado a todos os legionários presentes como o Panegirista de Maria. Em 1961, foi honrado com uma condecoração papal e um doutoramento pela Universidade Nacional, em 1968.
No dia 11 de dezembro de 1965, após o encerramento do Vaticano II, Frank Duff, observador leigo no Concílio, foi recebido em audiência particular pelo Papa São Paulo VI. Assim, Frank Duff e Legião de Maria, são dois nomes que ficarão para sempre ligados na história do Apostolado Laical da Igreja, no século XX.
A Legião de Maria espalhou-se rapidamente por todos os continentes. Atualmente, o Conselho Internacional dirige 339 Conselhos Superiores no mundo inteiro, contando com 4 200 000 membros ativos e 12 000 000 de auxiliares.
A 4 de junho de 1996 foi assinada a introdução oficial do pedido da beatificação do fundador. Em janeiro de 1998, o Arcebispo de Dublin, Mons. Desmond Connel preside à abertura do Tribunal para a causa da beatificação do Servo de Deus Frank Duff.
No dia 7 de setembro de 2021 irá celebrar-se o centenário da fundação da Legião de Maria. Devemos estar agradecidos ao Senhor por Ele, na sua infinita sabedoria, se dignar servir-se de nós. Possa a Legião de Maria e cada um de nós ser um instrumento da graça, agora e por muitos anos.
Que o exemplo de Cristo e da Sua Mãe sejam sempre o motor de vida deste movimento, que procura dar mais do que receber.
Rezemos para que a sua beatificação se concretize.
Notícias atuais e relevantes que definem a atualidade e a nossa sociedade.
Espaço de opinião para reflexões e debates que exploram análises e pontos de vista variados.