De um entusiasta Excepção à parte, os donativos de valor mais elevado que se seguem na lista de 1988, publicada no jornal diocesano de 20 de Dezembro de 1990, oscilam entre os 500 e os 100 contos, correspondente a um pequeno grupo, no qual se inclui a oferta na ordem de 250 contos, com o […]
De um entusiasta
Excepção à parte, os donativos de valor mais elevado que se seguem na lista de 1988, publicada no jornal diocesano de 20 de Dezembro de 1990, oscilam entre os 500 e os 100 contos, correspondente a um pequeno grupo, no qual se inclui a oferta na ordem de 250 contos, com o descritivo de «sacerdote anónimo».
Para além da oferta da paróquia de Santa Maria Maior, entregue em 22 de Maio, regista-se, igualmente com um valor de 500 contos, o donativo do padre Cândido Parente Castilho (1912-1993), natural de São Tiago de Cardielos e pároco de São Pedro de Serreleis, depois de ter passado por São João Baptista de Nogueira (c. Viana do Castelo) e, nos primeiros anos de sacerdote, por São João Baptista de Campos e São Paio de Vila Meã (c. Vila Nova de Cerveira).
O padre Castilho foi um entusiasta da Igreja vianense ainda antes da criação da Diocese. Primeiro, como seminarista membro da «Colónia de Viana» e, depois, como sacerdote apoiante da causa.Por ocasião das suas bodas de ouro sacerdotais, celebradas na igreja paroquial de São Pedro de Serreleis, em 7 de Julho de 1990, D. Armindo louvou o seu empenho «no desabrochar de vocações sacerdotais, o seu amor aos seminaristas e o cuidado que punha em os acompanhar na sua caminhada».
Falecido em 13 de Agosto de 1993, seria recordado pelo prelado vianense, na homilia da missa exequial, como «um sacerdote humilde e santo, empenhado na Igreja e nos problemas e actividades da sua Diocese, fomentador das vocações sacerdotais».
Comprometido esteve igualmente na construção do novo Seminário Diocesano e prova disso não foram só os contributos em nome pessoal. Também os da sua paróquia de São Pedro de Serreleis, que, conforme o padre Sérgio Augusto, em carta de agradecimento, datada de 15 de Julho de 1993, ocupava «um lugar destacado» no arciprestado vianense, «presença digna de realce», «se se tiver em conta o número de habitantes e o quantitativo oferecido».
O agradecimento feito, em nome da Diocese, por parte daquele que dizia ter «alguma coisa que ver com a construção do novo Seminário» terá chegado ao destinatário ainda em vida. Pelo contrário, a homenagem seria póstuma, um mês após o falecimento e publicada no jornal diocesano, na edição de 16 de Setembro de 1993.
Saída da mesma pena do padre Sérgio Augusto, tão só dizia do padre Castilho o essencial e em poucas palavras: «entusiasta da Diocese, amante do Seminário, companheiro/formador de gerações de seminaristas. E sempre com um sorriso que no céu ainda se tornou mais radioso. E do céu, em projecção vertical, ainda vê melhor o Seminário que tanto amou». Justo epitáfio.
De outros tantos
Com um valor de 100 contos surgem, na lista de donativos do ano de 1988, as contribuições de responsáveis diocesanos mais directamente ligados à causa da construção do novo Seminário – nomeadamente, do monsenhor Sebastião Pires Ferreira e do padre Manuel Correia Quintas –, bem como os donativos em nome da Confraria de Nossa Senhora da Guia, sediada na paróquia de Santa Eulália de Gondoriz (c. Arcos de Valdevez), de Domingos Alves Cachadinha (Casa Pousados) e de um anónimo.
Recorde-se que, sob anonimato, foi registado o donativo enviado a D. Armindo, em 20 de Janeiro de 1988, por D. José Augusto Pedreira, então bispo auxiliar do Porto. Desconhece-se, no entanto, qual o valor do montante, porque, na lista respeitante a 1988, há dois descritivos distintos: «anónimo» associado a 100 contos e «sacerdote anónimo» a 250.
Em maior número contam-se as ofertas na ordem dos 50 contos, umas associadas ao nome de sacerdotes e outras ao de paróquias, somente superadas pelo somatório de duas verbas (25 e 50 contos) atribuídas ao padre Amaro da Rocha Oliveira (1938-2021) e pelos donativos das paróquias de Santa Comba de Eiras, no valor de 75 contos, e de Santa Eulália de Gondoriz, de 70 contos, bem como pelo da Legião de Maria, que tem associado aos 50 contos de oferta o valor de 10.870$00 de um ofertório de missa.
Basílio Pinto, do Porto, os padres Armando de Jesus Esteves Rodrigues (1935-2017) e Abílio da Costa Oliveira e as paróquias de Santa Maria de Areosa, Salvador de Cabreiro, Santo André de Guilhadeses e São Pedro de Souto titulam donativos no valor de 50 contos.
Pároco de Nossa Senhora de Monserrate desde 21 de Agosto de 1986, administrador do jornal diocesano «Notícias de Viana» a partir de Setembro de 1987 e nomeado consultor diocesano em 8 de Agosto de 1988, foi o padre Armando Rodrigues, natural de Merufe, quem orientou o retiro dos seminaristas instalados no Seminário de São Teotónio, em Monção, que decorreu entre 13 e 15 de Maio.
Por seu lado, o donativo do padre Abílio Oliveira, natural de Ribeirão (c. Vila Nova de Famalicão), arcipreste de Vila Nova de Cerveira a partir de 1 de Janeiro de 1982, ano em que assumiu também o múnus pastoral de São Tiago de Sopo para além da paróquia de São Pedro de Gondarém, de que já era pároco desde 1970, expressa bem o seu prematuro empenho, no âmbito do arciprestado, em tomar a dianteira na angariação de fundos para a construção do Seminário Diocesano.
Solicitude essa que se tornaria patente no boletim paroquial intitulado «Mirante Gondarém», do qual era director e editor, em plena campanha de angariação de fundos. No número de Novembro de 1990, o padre Abílio Oliveira dava nota de que, em Gondarém, até então, «a maior oferta em números foi a da Comissão Fabriqueira e a do pároco, 100 contos, respectivamente», um novo donativo entregue por ocasião da Semana da Diocese.
Em carta de agradecimento, enviada em 20 de Julho de 1993, o padre Sérgio Augusto realçou, em matéria de donativos, o «lugar cimeiro» ocupado por Gondarém, juntamente com Sopo, «no conjunto das freguesias de Cerveira», a «posição de destaque entre todas as freguesias da Diocese» e a «posição liderante» do arciprestado.
(continua na próxima edição)
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