Os polos de Viana do Castelo e de Monção do Colégio do Minho receberam, no dia 17 de março, a visita de D. João Lavrador. Entrando em contacto com toda a comunidade escolar, o Bispo diocesano apelou à originalidade e apontou Jesus Cristo com a resposta definitiva do sentido para a vida.As aulas pararam às […]
Os polos de Viana do Castelo e de Monção do Colégio do Minho receberam, no dia 17 de março, a visita de D. João Lavrador. Entrando em contacto com toda a comunidade escolar, o Bispo diocesano apelou à originalidade e apontou Jesus Cristo com a resposta definitiva do sentido para a vida.As aulas pararam às 09:15. Turma a turma, a capela do Seminário começava a encher-se. Dentro de momentos, chegaria o Bispo e começaria o primeiro período de um dia repleto de atividades. Depois da visita ao polo do secundário, D. João iria, ainda, visitar o polo onde estudam os alunos do ensino básico e aí almoçar, seguindo, ao início da tarde, para Monção, a fim de visitar e contactar com o mais recente projeto do Colégio do Minho, que conta já com alunos do 1º ao 7º anos.
Há um certo nervosismo instalado. Grande parte dos alunos do 10º ao 12º anos não contactam o Bispo há dois anos. Quando D. João Lavrador entra na capela, todos se levantam, mas a prontidão corporal não consegue esconder um certo recato interior. A uma resposta mais contida e tímida ao seu cumprimento inicial, D. João pede mais entusiasmo. É correspondido.
Depois de alguns momentos musicais e da leitura de alguns poemas, Daniel Barros, aluno do Colégio, que apresenta a sessão, introduz as palavras que o Bispo irá dirigir à comunidade. “Como é que nós, jovens, podemos ajudar na renovação da Igreja? Como é que nós, jovens, podemos ser os seus aliados? (…) Será que podemos contar com o seu apoio para a construção dessas respostas?”, pergunta no final. D. João aproxima-se do microfone e questiona lapidarmente: “Será que também posso contar convosco?”.
Na verdade, será este clima de proximidade, de um discurso muito direto e objetivo que marcará todo o dia. Ainda diante dos alunos e professores do secundário, D. João Lavrador pediu que todos evitassem ser fotocópias, mas que investissem em atitudes e modos de vida criativos. “Devemos perguntar sempre ‘o que é que eu posso dar?’. (…) E, por favor, não vos deixeis arrastar. Não vos limiteis a ficar deitados no areal. Não cedais a tudo o que vos apetece”, pediu.
O prelado alertou, ainda, para a necessidade de uma educação integral em contraste “com um cada vez mais crescente modelo educativo que pretende educar para o individualismo”. “Nós não somos indivíduos, somos pessoas. Precisamos, por isso, de relação. Precisamos de ser pessoas. Temos o direito de o ser”, referiu, ao mesmo tempo que pedia aos alunos e alunas para não desperdiçarem o seu tempo.
D. João Lavrador teceu, além do mais, algumas considerações sobre o contexto bélico que assola a Europa, transmitindo os seus desejos de que a comunidade educativa seja lugar e fermento para a construção da paz. “O melhor que podemos fazer pela paz é, a partir dos nossos lugares, promover a paz. Vocês têm de, na escola, promover a paz. Contrariar o que em nós é ciúme, insegurança, inveja e egoísmo”, apontou, terminando com um apelo significativo: “nunca abandoneis os vossos sonhos”.
Mais tarde, em conversa com os alunos que se propõem fazer a caminhada rumo à receção do Sacramento da Confirmação, o Bispo Diocesano pediu que cada um, em vez de procurar “viver a partir de si próprio”, busque respostas aprofundadas acerca daquilo que é e pode ser. “Afinal o que estou aqui a fazer? Quem sou eu? Qual o sentido da minha existência?”, foram as questões que D. João lançou a cada um, instigando os alunos à inquietação permanente.
Noutra perspetiva, recentrou, igualmente, a sua reflexão no amor, como núcleo da identidade cristã. “Os outros têm que sentir que eu amo, que sou capaz de amar, e que faço do amor o meu estilo de vida, porque o amor é a maior liberdade que podemos ter”, declarou, finalizando a ideia de que tal perspetiva encaminha tudo para a descoberta de uma identidade missionária. “Eu não tenho o Crisma. Eu sou crismado. Eu sou, na vida, um cristão”, concluiu.
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