Caminhada sinodal, pastoral dos jovens e comunidades cristãs “autenticamente ministeriais”, são as três prioridades da Diocese de Viana do Castelo para o novo Ano Pastoral (2022-2023), que foi apresentado “a todos” no Centro Pastoral Paulo VI, em Darque, Viana do Castelo.
O auditório encheu-se de sacerdotes, consagradas(os) e leigos para conhecer a mensagem e o Calendário Pastoral 2022-2023, que tem como mote “Jovem convida Jovem a participar na JMJ 2023 para uma experiência de Igreja Missionária”.
“Todos devem preparar-se espiritualmente para participar na JMJ”
Ricardo Fernandes, que pertence ao Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil e ao Comité Organizador Diocesano (COD) da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), marcou presença na cerimónia e apelou às comunidades paroquiais para ajudarem os jovens na participação na JMJ. “A grande expectativa é que a nossa Diocese se motive e congregue em torno dos jovens para proporcionar uma JMJ marcante a todos eles”, referiu, salientando que “todos devem preparar-se espiritualmente para participar na JMJ”. “É necessário que as comunidades paroquiais se envolvam quer no acolhimento de jovens que vêm do estrangeiro, quer na ajuda aos nossos jovens para poderem estar em Lisboa”, acrescentou.
“É muito importante que haja renovação através dos Conselhos Pastorais”
A Irmã Maria Celeste, da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, afirmou ter expectativas de “muita esperança”. “O meu desejo é que haja um grande envolvimento com os jovens e as famílias, porque é delas que eles nascem, e uma grande abertura ao Espírito Santo, para que esta continuidade do Sínodo aconteça no seio das fraternidades e comunidades. Aliás, de toda a Diocese.”, salientou, sublinhando a mensagem do Bispo no sentido de “criar unidade e comunhão”. “É muito importante que haja renovação através dos Conselhos Pastorais e, sobretudo, que haja o cuidado de envolver todas as pessoas da Paróquia. Tudo isto é fundamental”, reiterou.
“Torna-se primordial dotar pessoas capazes de dar respostas aos desafios”
Já Lígia Pereira, diretora do Secretariado de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), lembrou os desafios que a Diocese atravessa. “As expectativas que temos todos são de muito trabalho, principalmente, na formação dos leigos. Todos reconhecemos algumas lacunas, que é preciso colmatar e reorganizar de uma forma ágil e assertiva”, disse, alertando para a falta de leigos nos diferentes movimentos. “Aqueles que estão, estão firmes e bem conscientes da vida social e religiosa que temos e das suas transformações, fruto do tempo que vivemos. E, por isso, torna-se primordial dotar pessoas capazes de dar respostas aos desafios que são postos à Igreja de hoje”, defendeu, lembrando que os que estão, estão a avançar na idade. “Precisamos de gente nova, atrair os jovens para aprender, assim como eu aprendi com tanta gente e com os nossos Bispos. Tivemos Bispos em Viana, não muitos, mas sábios. Cada um com o seu perfil específico, mas que nos foram dotando com competências e capacidades de estar atentos, observar e intervir. Se os jovens não se juntarem a nós, não conseguiremos passar este legado. Por isso, esse é o grande desafio para a nossa Diocese: despertar o interesse dos jovens para se envolver connosco no trabalho da pastoral, que é primordial”, reiterou.
“Temos de envolver os jovens”
Também Mons. José Caldas, Pároco e diretor do Secretariado da Pastoral Familiar, não esqueceu os desafios que são lançados a cada Ano Pastoral. “O novo Ano Pastoral é sempre um modo de sermos criativos e inovadores, sem nos desenraizarmos daquilo que existe. É dar continuidade, transmissão e renovação”, começou por dizer, enaltecendo o facto de D. João Lavrador, o novo Bispo da Diocese, arrancar com o novo Ano Pastoral, e sublinhando a “numerosa” assembleia composta pelas “forças vivas” diocesanas. “Este ano, temos pano para mangas, sobretudo, pela JMJ que se realiza no final do Ano Pastoral. Acredito que vai ser a força dinamizadora de toda a nossa pastoral, porque envolve todos os aspetos da vida eclesial”, salientou.
O Pároco falou ainda da importância da continuidade da caminhada sinodal, da valorização dos ministérios laicais e da JMJ. “Todos os batizados têm a sua vocação e participação na vida da igreja. Ainda estamos muito dependentes dos padres. Todos estão ao serviço da Igreja e, por isso, devem exercer a sua missão consoante os dons que o Espírito Santo lhes concedeu”, afirmou, terminando: “Temos de envolver os jovens para que nos ajudem a renovar/rejuvenescer as nossas comunidades.”
“Já temos algumas atividades em concreto agendadas”
Carlos Sousa, presidente do Movimento da Mensagem de Fátima, adiantou que vão retomar “as atividades que ficaram suspensas nos últimos três anos, devido à pandemia”. “Já temos algumas atividades em concreto agendadas, mas vamos enriquecer o nosso calendário com as propostas de Fátima”, disse, sublinhando a mensagem de D. João Lavrador na apresentação da mensagem e do calendário pastoral. “Temos de anunciar o Deus vivo que ele nos propõe”, frisou.
“É das famílias que nasce toda a pastoral”
O Pe. Joel Rodrigues, Pároco no Arciprestado de Monção, destacou a importância da pastoral familiar. “Como responsável pela Pastoral Familiar no Arciprestado, a nossa aposta recai no trabalho com as famílias. É muito importante, porque é das famílias que nascem as vocações. Aliás, toda a pastoral”, referiu, assegurando que “é a trabalhar que se chega a todos”.
“Este ano é muito especial para mim”
João Santos é seminarista e está prestes a terminar a sua formação para ser sacerdote. “Este ano é muito especial para mim porque estou à porta das ordenações e é a primeira vez que estou nesta inserção da Diocese. Estive seis anos em Braga e agora, regresso à Diocese. E, por isso, é com grande expectativa de procurar corresponder àquilo que a Diocese pediu e rezou por mim”, afirmou.
Jovens são “prioridade de toda a pastoral”
Na apresentação da Mensagem e Calendário Pastoral, D. João Lavrador começou por apelar para a unidade e comunhão. “Vamos caminhar ao encontro de Deus vivo e verdadeiro”, declarou, alertando para as ilusões que a sociedade vive. “Estamos numa mudança de época e, portanto, é tempo de olhar para o futuro (da Diocese)”, atirou.
O prelado assegurou que “a Diocese vai dar continuidade à Caminhada Sinodal seriamente”, alertando para que esta seja “profunda, verdadeira e de acordo com aquilo que Deus quer para a igreja”. “É importante estarmos atentos ao debate sinonal”, defendeu.
A Pastoral Juvenil é também uma preocupação para D. João Lavrador. “O próximo ano ficará marcado pela JMJ”, lembrou, enaltecendo o papel do jovem na vida da comunidade cristã. “O jovem é uma realidade concreta. Nós temos de dar vez e voz”, frisou, reiterando: “Temos de dar aqui uma prioridade. É a prioridade de toda a pastoral porque é ela que há-de conduzir à descoberta vocacional.”
Por último, o Bispo invocou à “participação de todos na vida cristã”, de modo a criar uma “comunidade autêntica e participativa”. “Precisamos de insistir na formação”, acrescentou, adiantando que a Diocese irá “promover os ministérios” com a ordenação do diaconal permanente e da instituição do catequista. “A Diocese de Viana é a única sem Diáconos Permanentes. Nós precisamos deles por aquilo que ela é”, disse, apelando à ajuda dos secretariados/movimentos.
Criação das Comissões Diocesanas Justiça e Paz, e do Apostolado dos Leigos
D. João Lavrador anunciou ainda a criação de duas novas comissões diocesanas: Comissão Diocesana Justiça e Paz, e Comissão do Apostolado dos Leigos.
A Comissão Diocesana Justiça e Paz, que será liderada pelo professor José Luís Carvalhido Ponte, vai tomar posse no dia 29 deste mês, pelas 18h30, no auditório do Museu de Artes Decorativas de Viana do Castelo.
Compete ao organismo, que tem como assistente eclesiástico Mons. José Fernando Caldas Esteves, promover “o estudo e a divulgação da Doutrina Social da Igreja”, “promover colóquios, jornadas ou seminários sobre a Doutrina Social da Igreja e a sua iluminação nos diversos contextos culturais e sociais”, “estudar os diversos problemas sociais e culturais e divulgar junto da opinião pública esse estudo”, “analisar com critério evangélico as correntes de pensamento que interferem na sociedade e propor um diálogo sereno e objetivo em benefício da dignidade humana e do bem comum” e “oferecer aos diversos organismos que atuam no domínio da marginalidade, da pobreza e da exclusão, os princípios orientadores da Doutrina Social da Igreja”.
Já a Comissão do Apostolado dos Leigos terá como presidente Lígia Pereira, que é igualmente diretora do Secretariado de EMRC. “Foi de bom grado que recebi o convite do Sr. Bispo”, assegurou, adiantando que a equipa integra mais dois professores de EMRC – Manuela Barreto e Vítor Marinho –, formados em Teologia.
Este organismo visa “potenciar a participação dos leigos na Igreja”.
JMJ: “É toda a Diocese que acolhe e participa”
O Pe. Domingos Meira também interveio e apelou à participação e ao envolvimento “de todos” na JMJ. “É uma oportunidade que não pode ser desperdiçada”, afirmou, dando a conhecer a programação e objetivos.
O responsável pelo Comité Organizador Diocesano lembrou ainda que, no início do próximo ano, a Diocese de Viana irá receber os símbolos da JMJ, que irão percorrer os dez Arciprestados. “Queremos que os símbolos da JMJ toquem as pessoas”, salientou, revelando que vão preparar uma procissão ao mar, em que a imagem de São Bartolomeu dos Mártires irá ao encontro dos símbolos da JMJ.
Na semana anterior ao grande evento juvenil da Igreja Católica, de 26 a 31 de julho de 2023, terão lugar os Dias na Diocese (DND). Nesses dias, milhares de jovens chegarão a Portugal para serem acolhidos nas várias Dioceses e conhecerem melhor a região, cultura, Igreja local e as suas especificidades. A Diocese de Viana do Castelo não é exceção e, por isso, os jovens peregrinos serão acolhidos em famílias de acolhimento, nos diferentes Arciprestados, num espírito de partilha, fraternidade e comunhão. “Não há restrições. É toda a Diocese que acolhe e participa”, reiterou, apelando à divulgação em todos os Arciprestados e Paróquias. “Reconhecemos as dificuldades, mas é preciso chamar e convidar os jovens a participar”.
A família de acolhimento deve providenciar dormida para, pelo menos, dois jovens durante os DND, disponibilizar um local onde os jovens possam fazer a sua higiene diária, garantir os pequenos-almoços e, pontualmente, uma ou outra refeição principal, se possível, facilitar o transporte de e para os pontos de encontro, e comunicar e dialogar com os jovens, mesmo que não domine a língua de origem, procurando outras formas de interação.
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