O clero da Diocese de Viana reuniu-se, no dia 27 de outubro, no Santuário de Nossa Senhora da Boa Morte, na Paróquia da Correlhã, Arciprestado de Ponte de Lima. O encontro, denominado Assembleia do Clero, teve a participação de 80 presbíteros.
Inserido na dinâmica de formação permanente dos sacerdotes, o momento foi marcado pela intervenção de D. João Lavrador, que procurou, por um lado, elencar os principais desafios que são sentidos pelos presbíteros, e, por outro, enumerar algumas linhas orientadoras para a ação pastoral da Diocese.
O Bispo de Viana do Castelo começou por reconhecer o trabalho dos padres, dirigindo-lhes uma palavra de gratidão. ” Começo por saudar-vos a todos e de manifestar a minha gratidão pelo vosso trabalho pastoral. Exercício pastoral feito tantas vezes em situações adversas, no meio de incompreensões e até de mal-tratos”, explicitou.
O prelado partiu, posteriormente, dos documentos papais “Ecclesia in Europa” e ” Pastores Dabo Vobis”, para realizar uma proposta de análise à cultura atual. “Como viver o ministério sacerdotal neste contexto? Como viver a esperança e a alegria apesar deste confronto cultural?”, questionou neste enquadramento.
Reforçando a necessidade de refontalizar o ministério ordenado com as exigências da Igreja, D. João pediu aos padres para colocar a vida eclesial como motor da sua ação evangelizadora. “Esta afirmação «somos sacerdotes na Igreja e da Igreja» será, provavelmente, das mais difíceis de assumir na prática da nossa vida. A pretexto de muitas justificações individualistas e de interesses pessoais, mais ou menos camuflados, exercemos o nosso ministério sob critérios próprios, senão, muitas vezes, sob preconceitos pessoais”, denunciou, pedindo mais à frente: “reconheçamos este imperativo que nos obriga a sairmos de nós mesmos, dos nossos projetos e objeções para nos reconhecermos a servir pastoralmente o Povo de Deus na Igreja e pertença da Igreja”.
O Bispo diocesano alertou ainda para a necessidade de um rosto de Igreja mais sinodal e pediu que o ministério sacerdotal seja vivido como fonte de alegria. “Se nos queixamos da dificuldade em os fiéis leigos reconhecerem esta realidade eclesial, teremos de nos perguntar, se esta deficiência não começa pelas nossas atitudes, comportamentos e maneiras de nos relacionarmos”, reiterou.
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