“A cruz foi rezada, adorada, abraçada, beijada e lavada” 

O Arciprestado de Vila Nova de Cerveira celebrou a chegada dos Símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) com Eucaristia e Vigília de Oração com procissão de velas, que foram presididas pelo Bispo diocesano, D. João Lavrador.

Notícias de Viana
12 Jan. 2023 6 mins
“A cruz foi rezada, adorada, abraçada, beijada e lavada” 

A Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani percorreram o Arciprestado, peregrinando pelas várias instituições e associações locais. 

O Arcipreste, Pe. Jorge Esteves, destaca a chegada dos Símbolos abraçados pelo rio Minho e emoldurados pela beleza natural e pela bondade humana dos cerveirences, que os acolheram com vida e calor”. No entanto, “a maior vivência” aconteceu na celebração de despedida. “Da peregrinação destaco ainda a Igreja em saída a extravasar a sua essência, ou seja, a fé, a esperança e a caridade. O acolhimento com sorrisos e lágrimas de alegria. A abertura de diversas portas institucionais desde a Câmara Municipal, a GNR, os Bombeiros, os Clubes de Futebol, o Centro de Saúde, IPSS, a Escola Básica e Secundária e a UniSénior. A disponibilidade no acompanhamento dos Símbolos e sempre com a vontade de fazer tudo pelo melhor. E a presença dos jovens e o empenho dos animadores dos três Grupos de Jovens Inter-paroquiais”, especificou, salientando. “Na celebração de despedida, criou-se um ambiente extasiante. Fez-se o Céu descer à terra e Jesus ao coração dos presentes. A cruz foi rezada, adorada, abraçada, beijada, lavada e etc.. E o Ícone contemplou e guardou tudo.” 

O Pároco contou ainda que os Símbolos subiram ao Miradouro do Cervo “para que fossem enxertados em Cerveira com o desejo de que a Igreja se renove ao jeito da juventude”. “A JMJ é um grande acontecimento. Será certamente uma experiência que alavanque a Igreja e a valorize sem esquecer ninguém”, afirmou, apelando para que os jovens aproveitem “todos os momentos” para que percebam que “a Igreja é, e mais, será deles”. “Espero que a JMJ consolide os Grupos Inter-paroquiais para saldar todo o último trabalho, e que sirva para a Igreja dizer para que existe, e a sociedade a compreenda como santa e pecadora, peregrina com pés frágeis e mãos débeis, mas com um coração belo e bom”, acrescentou.

Já Cátia Asseiro, que faz parte do Comité Organizador Arciprestal (COA) e da animação do Grupo Inter-paroquial “Geração do Amanhã”, defende que a JMJ está “a suscitar movimento e vida nas Paróquias através da mobilização dos jovens que se encontram a preparar-se para participar, das famílias que se voluntariam para acolher jovens nas suas casas, e das Paróquias que se preparam para os Dias na Diocese”. “Relativamente aos dias das JMJ, espero que sejam dias de uma grande alegria na partilha de uma Igreja muito jovem e vibrante, com um sentimento de universalidade muito grande. E, que esse impacto cause nos jovens um sentido de pertença a uma Igreja fraternal”, salientou. 

Sobre a passagem pela sua terra, a jovem destaca “os diversos momentos” que se viveram no encontro com as instituições/ organizações que, “por natureza não estão ligadas à Igreja”, fizeram cumprir, “de um modo muito real, o desafio de os Símbolos saírem das igrejas e irem ao encontro de todos, dar a conhecer e lançar desafios, provocar as pessoas com a passagem dos Símbolos pelas ruas / estradas do Arciprestado”. “Destaco ainda os momentos de um grande envolvimento dos jovens e animadores, que sentiram de uma forma muito real a mística que os Símbolos nos trouxeram”, acrescentou. 

Também Ana Cristina faz parte da equipa de preparação e, segundo a própria, o meio pelo qual os Símbolos da JMJ chegaram a Vila Nova de Cerveira marcou-a. “A envolvência de tantas pessoas de diferentes estatutos”, disse, especificando: “Para mim, pessoalmente, toda a envolvência pessoal que tive diretamente com os Símbolos, o momento de oração antes da partida dos Símbolos, assim como o momento registado desde o miradouro.” 

A jovem mostra ainda vontade de participar na JMJ 2023 e espera “muita multidão, euforia, vivência da fé com muita alegria e conhecer pessoas”. 

Margarida Dias de Reboreda pertence ao Grupo Inter-paroquial “Geração do Amanhã” e destacou “a oportunidade” de ter ido buscar os Símbolos ao Arciprestado vizinho no barco da Marinha e transportar a Cruz Peregrina. “Teve um grande significado pois já correu o mundo, e vai continuar a correr. Além disso, já foi transportada por muitos jovens de vários países”, confidenciou, assegurando que vai aproveitar “ao máximo” a experiência da JMJ, conhecendo pessoas de outros países, criando amizades e vendo o Papa ao vivo. 

Já Rodrigo Costa, que pertence ao mesmo Grupo, espera encontrar o Papa na JMJ, embora reconheça as dificuldades. “Da peregrinação em Vila Nova de Cerveira destaco a sua chegada pelo rio”, contou. 

Nas celebrações a que presidiu, D. João Lavrador também deixou umas palavras aos fiéis, convidando-os a deixar-se atrair por Jesus Cristo. “Quando queremos criar amizade com alguém, não descansamos até saber onde mora. A casa é símbolo de intimidade e, por isso, os discípulos querem saber onde Cristo mora, querem ter amizade com Ele e entrar nesta intimidade”, referiu, acrescentando: “Onde posso eu compartilhar a vida Contigo? Onde posso eu aprender nessa escola, que és Tu? A partir desta intimidade brota uma missão. Há aqui um caminho para ir ao encontro. Primeiro, temos de ultrapassar as muralhas, mas depois, quando saboreamos o amor, ganhamos alento.” 

O prelado incentivou ainda os jovens a empenharem-se e serem testemunhas do amor de Deus. “Normalmente, temos sempre receio do que é novo. Estamos acostumados a controlar tudo. No entanto, somos convidados a deixarmo-nos guiar pelo amor”, defendeu, questionando: “Onde quer Jesus que eu realize este projeto de amor?” “As interrogações fazem parte do caminho, mas a confiança tem sempre de superar as incertezas. Tudo o que Deus realiza é obra do Espírito Santo, que nasce, é direcionado e tem como meta o amor”, afirmou, salientando que “a proximidade e o encontro com Cristo leva a uma alegria extasiante”. 

Por fim, D. João Lavrador reiterou que “todo aquele que se encontra com Cristo, vai ao encontro dos irmãos”. “Jovens sintam-se empenhados em ser testemunhas deste amor no mundo em que vivemos”, apelou.


DR – Arciprestado de Vila Nova de Cerveira

Tags Religião

Em Destaque

Notícias atuais e relevantes que definem a atualidade e a nossa sociedade.

Opinião

Espaço de opinião para reflexões e debates que exploram análises e pontos de vista variados.

Explore outras categorias