Descida do seu castelo na altaneira Serra d’Arga, a Senhora do Minho desceu até aos seus vassalos, desta vez em terras de Coura, com programa pré-definido.
Foram buscá-la os soldados da paz de Paredes de Coura e, em oito de maio, estavam, pela tarde, em hora exata, a entregar aos crentes e devotos a veneranda imagem. Não se abriram só os corações, abriram-se as arcas, as imaginações, as mãos devotas e habilidosas, a boca e o coração.
Tapetes e arranjos em tudo quanto era cruzeiro, capela, e até casa particular ou caminho.
Ia passar a Rainha, a Senhora do Minho.
Os cantares, às vezes acompanhados da concertina – esse instrumento popular que não serve só para acompanhar desgarradas, às vezes brejeiras, mas serviu para acompanhar canto devoto, nos caminhos e procissões.
Carros, carrinhas, motas, tratores, tudo se preparou para que a Senhora fosse devidamente acompanhada, de terra em terra. Uma freguesia até preparou uma charrete à moda antiga, porque ela é a Rainha de todos os tempos, modas e lugares.
No último dia dois de julho, no início da tarde, benzeram-se os capacetes e as motas que abririam o cortejo à mistura com os batedores da GNR, que, nos cruzamentos, deram prioridade à longa marcha que, iniciada às duas da tarde, apenas às quatro menos dez chegou ao seu santuário, com longa fila de veículos no cortejo.
Alguns sacerdotes, o Sr. Vigário Geral Emérito, Capelão e Guardião do Santuário, e uma multidão de gente ida de Paredes de Coura, com tudo o que era preciso para a celebração ser digna – grupo coral da vila, órgão ido de cá, acólitos de Coura, leitores de diferentes comunidades do nosso Arciprestado.
Três sacerdotes de cá, por impedimento dos outros dois, marcaram presença. O Sr. Bispo presidiu e fez eloquente homilia, não só sobre a devoção a Nossa Senhora, mas também sobre o acolhimento, sobre a nossa condição de batizados, e sobre o Evangelho do dia, frisando o tomar da cruz de cada dia.
No final, o Sr. Vigário Geral Emérito agradeceu longamente a todos a colaboração, desde as autoridades aos fiéis.
Apelou à inscrição de “casais casados” na Confraria, que é assim, e anunciou que, em 7 de julho de 2024, será a Peregrinação que pertencerá ao Arciprestado de Valença.
Dever cumprido e bem, diz a gente de Coura. E eu, na qualidade de Arcipreste, concordo.
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