O Bispo da Diocese de Viana do Castelo, D. João Lavrador, presidiu à sessão de apresentação da mensagem e do calendário diocesano para o Ano Pastoral 2023/2024. Consagrado ao tema “Comunidade de Discípulos Missionários”, o ato decorreu no Centro Pastoral Paulo VI, em Darque, e integrou a tomada de posse do novo Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil.
Na sua intervenção, o Prelado apelou à participação de todos nos eventos diocesanos, uma vez que “somos igreja em comunhão”. “É uma premissa de singular importância. Vai ser um ano difícil porque temos de abrir caminho para o Jubileu da Diocese, em 2027. Vamos começar a preparar os três anos que o antecedem. Sob o tema “Uma igreja de todos para todos”, 2024 será o primeiro ano de preparação para o futuro da Igreja diocesana, em que a comunidade diocesana (todos) tem um papel importante”, afirmou, salientando que será “um momento celebrativo” mas, sobretudo, “um tempo de renovar e transformar”.
D. João Lavrador avançou, ainda, que 2024 ficará marcado pelo início das formações para os diáconos permanentes, com “cerca de 20 candidatos”, e para os catequistas serem instituídos. “Estamos num tempo crucial e único, como são todos os momentos em que somos chamados a encetar uma nova etapa no mundo novo”, afirmou, enaltecendo a vida pastoral em conjunto. “Espero que fiquemos na história como aqueles que fizeram tudo por tudo para responder ao mundo de hoje”, acrescentou. Este ano, os objetivos são “preparar o Jubileu diocesano, continuar a promoção dos ministérios, ordenados e laicais, nas comunidades cristãs, organizar os Conselhos Paroquiais e Pastorais, elaborar uma proposta de formação cristã diocesana que responda a todos os diocesanos, realizar a jornada de formação teológica e pastoral sobre a eclesiologia, debatendo-se sobre o Vaticano II nos gestos do Papa Francisco, e aproveitar o impulso da Jornada Mundial da Juventude com a mobilização de jovens e animadores”.
Novo Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil
No final da apresentação, o novo Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil tomou posse. A equipa é liderada por Vera Fernandes. Fábio Gonçalves é vice-diretor, Maria Cambão, Filipa Miranda e Sofia Sousa são vogais, e o Pe. Renato Costa é o Assistente Espiritual. “Trabalhar com a juventude é muito bonito, mas igualmente árduo”, começou por dizer Vera Fernandes, enaltecendo o trabalho desenvolvido pelos anteriores diretores e suas equipas. “O nosso trabalho não será nada de novo, mas de continuidade da excelência dos projetos realizados”, afirmou, acrescentando: “Podem contar connosco em prol da juventude, com os olhos postos nos 50 anos da Diocese mais jovem de Portugal.”
A anterior equipa, liderada pelo Pe. Domingos Meira, esteve 15 anos à frente do Secretariado. “Tudo começou com a nomeação do Sr. D. José Pedreira. Disse-lhe que não estava preparado para isto e que não era especialista em jovens, mas, mais tarde, vi, também da parte dele, que estava enganado. Aliás, ele tratava-me por ‘os jovens’”, recordou o sacerdote, confidenciando que não saberá como vão ser os próximos anos sem as pessoas se associarem aos jovens. “É uma marca de um percurso de 15 anos da minha vida. Sempre tive Paróquias sob minha responsabilidade. Sinto que é essa a minha vocação ‘principal’, mas, após a minha nomeação para a Pastoral Juvenil, avisei os meus paroquianos de que poderia falhar com eles por causa do Secretariado. Aconteceu muitas vezes”, lamentou, salvaguardando: “No entanto, sempre me fizeram chegar que admiravam a minha missão, esforço e dedicação. Diziam-me que era igualmente importante e fundamental.”
Ricardo Fernandes também fez parte da equipa e descreve a experiência como “gratificante”, não só pelo trabalho que desenvolveram, mas como pelos momentos que viveram. “Provavelmente, tenho mais horas de viagem com o Pe. Meira do que com os meus pais (risos). As pessoas não têm noção da quantidade de reuniões em que participámos em Fátima, e então para a JMJ foi uma loucura”, desabafou, assegurando o seu otimismo e confiança pelo trabalho da equipa, de que iria correr bem. “Deixamos uma marca muito forte. As pessoas não se vão esquecer da Pastoral Juvenil destes 15 anos. Como em todos os projetos, teve coisas boas e menos boas. Olhando para trás, poderíamos fazer algumas coisas diferentes, mas o balanço é extremamente positivo em tudo aquilo que nos propusemos e fizemos. Chegámos a ter dúvidas e medos, mas sempre acreditámos que ia dar certo, porque nos conhecemos uns aos outros. Além disso, reunimos um grupo de pessoas boas e com boas intenções, o que é raro acontecer. E penso que foi a chave do nosso sucesso”, assegurou, contando que muitos paroquianos do Pe. Domingos Meira sentiam orgulho por ter o seu Pároco à frente da Pastoral Juvenil.
Para a nova equipa, o desejo é que se dediquem e consigam chegar aos jovens. “Este caminho é desafiante. Temos de criar novo, fazer e perceber como vamos conseguir que eles acolham o que lhes é dado”, referiu o Pe. Domingos Meira, reconhecendo, ainda, que há muitas surpresas pelo caminho. “Nestes 15 anos, surpreenderam-me os retiros e as orações Taizé… Há muitas surpresas e, muitas vezes, enganamo-nos por aquilo que os jovens são e pensam. Cativar os jovens até não será tão difícil quanto se julga”, admitiu. “O Papa Francisco fala sempre de, entre o sonho e o medo, escolher o sonho. Este será o desafio para a nova equipa. Há medos. É normal, mas é preciso sonhar grande”, acrescentou Ricardo Fernandes, apelando para não desanimarem. “É preciso muita perseverança. Não desistir e desacreditar. Confiem mais nos jovens e menos nas estruturas e figuras”, salientou o Pe. Domingos Meira.
Durante estes anos, a equipa reativou o Conselho Diocesano e criou as Equipas Arciprestais, um sonho com “muitos anos”, que demorou a concretizar. “Nunca tivemos o momento ‘ideal’. Tentámos várias vezes, mas não conseguimos. Só com a JMJ é que conseguimos, e é aqui que entra a perseverança. Não se muda nada de um dia para o outro. É preciso desenvolver um trabalho mais alargado e consolidado com as pessoas que estão presentes e não desanimam”, disse Ricardo Fernandes, garantindo que algumas Equipas Arciprestais vão manter-se em funcionamento. “Eles são a nossa esperança. Não podemos perdê-las e, para isso acontecer, temos de saber agarrá-las”, defendeu.
Sobre o Conselho Diocesano, o Pe. Domingos Meira garantiu que foi fundamental para os últimos anos. “Voltámos a reunir em 2018, durante a preparação do Sínodo, em que se falava que os jovens deviam ser os protagonistas, mas ainda mais importante: a insistência nos momentos/eventos. “Na discussão, o que concluímos é que a experiência é fundamental. Até o Papa Francisco escreveu que os eventos são fundamentais para estas experiências que marcam e transformam”, acrescentou.
Por fim, deixaram um agradecimento à Diocese. “Obrigado às pessoas que nos acompanharam e ajudaram. Encontrámos muitas pessoas boas que nos ajudaram em vários momentos. Isso ficou bem patente nos Dias na Diocese, pela forma como a Diocese se envolveu. Foram cinco dias mágicos”, terminou Ricardo Fernandes.
Instituto Católico com nova presidência
Recentemente, o Pe. Vasco Gonçalves assumiu a presidência do Instituto Católico de Viana do Castelo. “Estamos numa fase de conhecer, discernir e avaliar”, explicou o responsável, apontando como objetivos: a formação e o diálogo com a sociedade e o mundo de hoje. “Vamos promover uma reflexão de uma Igreja que quer crescer na sua consciência e identidade, mas também na sua missão e no seu encontro com o mundo”, frisou.
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