2025: Avivar a esperança

Pe. José Lima
17 Jan. 2025 3 mins
Padre José Lima

Este novo ano surge sob o signo da esperança. Todo o mundo necessita de olhar sempre para o que de novo aparece no horizonte. Olhar apenas para o passado e lamentar-se não resolve nada. Olhar em frente e acreditar que tudo pode mudar, desde que se esteja disponível para tal, desde que se façam novas opções: eis a dinâmica frutificante.

* O mundo está globalmente em guerra, pois em muitos lados tudo parece que se resolverá com guerras, estando nós atentos àqueles que desejam manifestamente alargar a sua influência, os doentes do poder. A guerra, que por enquanto não sentimos entre nós, já campeia nas discussões que são publicadas também no nosso país. As ideias que alastram não farão amanhecer climas de paz. Ou afinamos em alguns princípios base ou estaremos à beira de um clima propício a formas guerreiras de resolver as questões emergentes.

Somos um país que aprende a democracia há mais de cinquenta anos, mas que ainda não resolveu a questão de se sentar com os que pensam diferente e de dialogar calmamente. Qualquer partido que assume o poder não entende que necessita de muito diálogo para governar e isto implica muitas horas de franca disponibilidade para ouvir o que pensam outros, para depois fazer caminho comum. Os da oposição julgam-se no direito de dizer o que pensam sem pensar na governabilidade, apenas sedentos de mais poder e com a mania de proferir discursos menos fundamentados. Pouco se pensa, antes de vociferar. Um país assim não está preparado para enfrentar assaltos, nem para evitar invasões exteriores.

* Necessita-se de esperança. Todos são chamados seus peregrinos, pois a terra é o seu lugar de caminhada, por milhentos caminhos. Precisa-se de aceitar o que os outros dizem e de ir fazendo o que parece mais útil para todos, para a comunidade que formamos. Os caminhos de todos são balizados por estas realidades ou a esperança dá lugar ao medo. A democracia está do lado da esperança. Todos, respeitadores dos que não são nem pensam como nós, estamos a cimentar a democracia, a dar-lhe raízes, para que todos sejamos responsáveis no mundo que é o nosso, no quinhão de terra que habitamos fazendo o melhor com os outros que habitam ao nosso lado.

2025 é ano santo jubilar na vida de todos, se estivermos dispostos a isso, pois a santidade exige a nossa participação livre, ativa e responsável. Caminharemos abertos à esperança que nos habita e faremos dela o alicerce feliz de todos os projetos pessoais, sinodais, comunitários, mesmo que depois possam advir realidades  menos esperadas. Nunca ninguém nos destruirá este sólido alicerce da vida, mesmo em investidas contrárias, pois a esperança desenvolve o presente com o futuro que faz despontar. A esperança não engana e faz surgir novidades  insuspeitas.

Interessa respeitar os direitos de todos, assumir uma cultura positiva, incentivar a partilha complacente, ser tolerante para com realidades menos esperadas, esperar sempre objetivamente o melhor, ter atitudes de condescendência, abrir-se ao diálogo em todas as circunstâncias, ser capazes de viver na esperança de dias melhores: não desistir do alicerce.

 

 

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