Ao terceiro dia Após a escritura de permuta do terreno, D. Armindo reuniu, em 9 de Janeiro de 1988, com os Consultores Diocesanos, a quem solicitou a colaboração não só para um conjunto de decisões que a breve prazo teriam de ser tomadas – como eram a escolha do arquitecto e engenheiro, a constituição de […]
Ao terceiro dia
Após a escritura de permuta do terreno, D. Armindo reuniu, em 9 de Janeiro de 1988, com os Consultores Diocesanos, a quem solicitou a colaboração não só para um conjunto de decisões que a breve prazo teriam de ser tomadas – como eram a escolha do arquitecto e engenheiro, a constituição de uma comissão central diocesana e a «metodologia para a cobertura da Diocese» –, mas também para agrupar impressões sobre os seminários menores, de preferência até ao final do mês.
Na reunião dos Consultores, realizada em 20 de Janeiro de 1988, foram apontados vários nomes de arquitectos a contactar, assim como o de Manuel Matos Cristino para engenheiro.
Alguns deles foram abordados pelo cónego Constantino Macedo de Sousa, que, em 25 de Fevereiro de 1988, informou D. Armindo de que tinha falado com mais um arquitecto, desta feita com Luís António Lourenço Teles, que trabalhava nos serviços da Comissão de Coordenação da Região Norte sediados em Viana do Castelo, antigos serviços de urbanização.
Depois de ter reunido com os Consultores, D. Armindo foi, no dia 21 de Janeiro, pedir conselhos ao engenheiro civil José Óscar França, com escritório no Porto, quanto ao procedimento a seguir na selecção dos arquitectos.
Pelo engenheiro França foi sugerido primeiramente que, entre os vários nomes apontados na reunião do dia anterior, apenas a alguns deles se perguntaria se estariam interessados em fornecer projecto e assistência técnica, uma vez que a assistência competia ao arquitecto, a direcção ao empreiteiro e a fiscalização ao dono da obra.
Depois, deixou a D. Armindo a promessa de que daria orientações para se fazer a melhor escolha e de que enviaria as «Instruções para o cálculo dos honorários referente a projectos de obras públicas» (Portaria de 7 de Fevereiro de 1972) e respectivas alterações (Portarias de 22 de Novembro de 1974 e de 27 de Janeiro de 1986), o que cumpriu por escrito com data de 28 de Janeiro de 1988.
Uma espécie de programa
Quando D. Armindo referiu, na homilia da Quarta-feira de Cinzas, em 17 de Fevereiro de 1988, que «a Diocese está a programar a construção do Seminário» não só estava a dar finalmente a boa nova à Igreja diocesana, como também queria dizer efectivamente que se estavam a dar passos na definição de um programa preliminar a fornecer ao projectista que viesse a ser seleccionado.
Em discussão estavam questões como o dimensionamento, a distribuição dos espaços funcionais, as exigências construtivas, a capacidade de alojamento, os níveis e o regime de ensino, entre outras que seriam aprofundadas mais tarde, durante as fases do projecto.
Concretamente, era preciso definir para quantos seminaristas se pretendia o Seminário e para que anos de escolaridade seriam admitidos os que nele fossem alojados. Estas questões terão sido das primeiras a ter resposta, tendo-se fixado em cem a capacidade de alojamento de um edifício destinado a seminário menor, destinado a admitir candidatos ao sacerdócio que frequentassem os anos de escolaridade entre o 7.º e o 11.º anos.
A hipótese de acolher os do ciclo preparatório seria posta de parte, até porque havia dúvidas se se deveria ou não manter. Mas, mantendo-se, deveria continuar em Monção, assim como o 12.º ano se continuasse a frequentar no seminário de Braga.
Outra das questões primeiramente suscitadas dizia respeito ao regime de ensino a adoptar. A experiência de Seminário tanto em Monção como no Centro Pastoral Paulo VI, em Darque, alinhavam na frequência externa das aulas. Pelo contrário, os seminaristas vianenses que, em Braga, frequentavam o menor de Nossa Senhora da Conceição tinham aulas internas. Aliás, o Seminário Menor de Braga só adoptaria, pela primeira vez, o regime de frequência externa das aulas, no Colégio D. Diogo de Sousa, no ano lectivo de 1999-2000.
O regime interno só aconteceu no Seminário de São Teotónio nos primeiros anos lectivos, entre 1983-84 e 1985-86. Em Darque, os seminaristas alojados no Centro Pastoral Paulo VI frequentaram sempre as aulas no Colégio do Minho.
Qual deveria ser então a relação entre o Seminário Diocesano e o Colégio do Minho? As aulas seriam ministradas no edifício novo ou naquele colégio? Perguntas para as quais havia quem sugerisse a existência de uma área escolar integrada no complexo do Seminário, onde internamente os seminaristas frequentassem as aulas, como se fosse uma extensão do Colégio do Minho, podendo eventualmente ser frequentada por alunos externos deste estabelecimento de ensino.
Quanto à distribuição dos espaços funcionais, o programa preliminar foi esboçado a partir de ideias conceptuais genéricas, formadas na base da experiência de vida em Seminário e, sobretudo, em consonância com as orientações actualizadas da «Ratio fundamentalis institutionis sacerdotalis», reeditada em 19 de Março de 1985 pela Sagrada Congregação para a Educação Católica.
Em tempos de grande reflexão na Igreja sobre a formação sacerdotal – como aconteceu entre finais da década de oitenta e princípios da seguinte –, construir um seminário menor de raiz obrigava a não descurar a atenção do conteúdo de cada documento que entretanto era publicado.
Pela Conferência Episcopal Portuguesa, a «Mensagem ao povo de Deus sobre o Seminário na vida e missão da Diocese» (1988) e as «Normas fundamentais para a formação sacerdotal nas Dioceses portuguesas» (1990). No seguimento da VIII Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos (1990), a exortação apostólica pós-sinodal de João Paulo II, intitulada «Pastores dabo vobis» (1992).
As particularidades relacionadas com a capela – «com acesso exterior, ou, pelo menos, com acesso sem ‘devassar’ o Seminário» –, o ginásio ou salão de festas – «para um mínimo de 300 pessoas» –, a zona de internato – «bem separada/definida em relação à área escolar» –, o refeitório, os dormitórios – «os mais velhos poderão ter pequenas camaratas/quartos para três/quatro» –, os quartos dos superiores – «director, director espiritual, prefeitos (2/3), ecónomo, pessoal (religiosas?) e mais dois ou três, como reserva» –, os gabinetes e secretaria, bem como o aquecimento solar de alguns espaços, foram recolhidas para dar lugar a um programa mais esquemático do que verdadeiramente se pretendia projectar.
(continua na próxima edição)
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