A menos de um ano da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o XXIII Viana Jovem realizou-se entre os dias 19 e 20 de novembro em seis Arciprestados da Diocese de Viana do Castelo.
O Pe. Domingos Meira, responsável pelo Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil, revelou que a intenção foi “dar continuidade à experiência” feita no ano passado, “um ano em que havia ainda muitas limitações por causa da pandemia” e em que D. João Lavrador ainda não tinha tomado posse”, denotando a diferença de uma organização mais dispersa pelos diferentes Arciprestados. “A ideia é conseguirmos realizar uma mobilização mais local. Sendo este evento ‘no sítio’, sendo ‘no Arciprestado’, sabemos que conseguimos mobilizar mais. Claro que este ano a proximidade está a ajudar, mas nota-se já uma mobilização mais pessoal”, referiu.
A iniciativa, que contou com a participação de cerca de mil jovens, teve como objetivo principal ir ao encontro do “pedido do Papa Francisco e da Igreja para se celebrar no Domingo da Solenidade do Cristo Rei a Jornada Mundial da Juventude”.
Mesmo num dia de chuva e tempestade intensa, o diretor do Secretariado, chamou a atenção para a existência de “um plano B, montado, preparado e pronto”, a pensar em qualquer eventualidade climatérica, sem que isso marque a diferença no número de participantes. “Elaborámos algo em comum entre todos os Arciprestados, adaptando, claro, cada um à sua realidade, através de uma proposta a partir da história da Jornada Mundial da Juventude”, frisou, acrescentando que sente estarmos diante de uma “fase crescente na mobilização de todos”, ressalvando que acredita que todos estão a acordar para a JMJ e a perceber que “vai valer a pena”.
A nível diocesano, o Pe. Domingos Meira destacou três objetivos mais imediatos. Por um lado, a abertura oficial das inscrições na JMJ, procurando garantir uma “participação diocesana”, assegurando que, também a JMJ é uma “experiência diocesana” e comunitária, e não exclusivamente individual. Por outro, a preparação dos Dias na Diocese e a peregrinação dos Símbolos da JMJ pela Diocese, a começar no dia 29 de dezembro. “Esperamos que o périplo seja uma espécie de arrastão que vá pôr a mexer toda a gente, com os jovens, e com as comunidades da nossa Diocese”, evidenciou, mostrando-se confiante com a disposição para a participação na Jornada. “Ainda é arriscado estar a falar de números, mas, de qualquer modo, o Viana Jovem é já um barómetro”, concluiu.
Caminha
Vila Praia de Âncora foi o palco do Viana Jovem no Arciprestado de Caminha que, segundo o Pe. João Martinho, um dos responsáveis pela Pastoral Juvenil, visou incentivar jovens a participar num “encontro cristão”. “Repescando e adaptando uma ideia que já se realizara na Paróquia de Vila Praia de Âncora no ano transato, procurámos, neste ano e contando com a preciosa ajuda das catequistas desta mesma Paróquia, realizar um Peddy Paper alusivo à história da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), desde o seu início em 1986, até ao presente”, explicou, lamentando as condições climatéricas. “No entanto e ainda assim, apareceram mais de metade das inscrições, o que nos deixa animados e com força para continuarmos a nos empenhar na preparação desta JMJ Lisboa 2023”, frisou.
José Rodrigues foi um dos participantes, afirmando que a experiência foi “extraordinária”. “Fui convidado a participar neste Viana Jovem através da catequese e, apesar do dia chuvoso, foi interessante perceber toda a história que as JMJ já têm”, contou, acrescentando: “Com a atividade proposta para este dia, um Peddy Paper percorrendo as várias JMJ que já se realizaram desde o seu início até às últimas, ocorridas no Panamá, consegui perceber que, por iniciativa de São João Paulo II, em 1986, na cidade de Roma, começou o grande movimento cristão. O momento em que a Igreja consegue tirar os jovens do conforto do sofá e viver esta grande experiência de estar com o Papa e, ao mesmo tempo, testemunhar a fé em Jesus Cristo vivendo as JMJ.” O jovem considera ainda que a atividade foi “fundamental” para “fazer um percurso histórico por todas as Jornadas já realizadas e, ao mesmo tempo, uma introdução para Lisboa 2023”. “Felizmente, e finalmente, temos a JMJ em Portugal. As Jornadas são o grande momento de interculturalidade da comunidade de jovens cristãos e, na realidade, também de não cristãos, porque as JMJ extravasam as barreiras do cristianismo”, referiu, salientando: “Viver esta JMJ em Portugal será uma oportunidade única, uma vez que nunca tivemos esta experiência e, dificilmente a voltaremos a viver, tão cedo, no nosso país.”
Já Marisa Brás incentiva à participação dos jovens na JMJ porque “são o futuro”. “Cada vez mais, os jovens têm um papel agridoce na sociedade enquanto cristãos, por serem julgados, criticados ou até gozados. Participar no Viana Jovem é levar alegria e esperança a estes jovens. É permitir-lhes ver o lado jovial e divertido que é Jesus e ajudá-los a serem eles mesmos, felizes com as suas ideologias e opções”, disse, lamentando também as condições climatéricas. “Pensar num plano B tão em cima do acontecimento foi também um desafio para nós, mas não poderíamos deixar que os jovens que chegaram ficassem desiludidos. Reinventámo-nos e ainda tornámos a atividade mais cheia e diversa”, confidenciou, assegurando que os jovens voltaram às suas casas “desejosos” que chegasse a JMJ.
Melgaço
No sentido de dinamizar/celebrar o Dia Mundial da Juventude, o Arciprestado de Melgaço “reagiu” ao pedido do Papa Francisco: “Jovens sede criativos e originais”. A partir da interpelação, os jovens melgaçenses encenaram um desafio como resposta a um terrível alerta: Um ataque às JMJ. Um dos símbolos tinha sido roubado e teria de ser recuperado. Nada melhor para um desafio a ser lançado à juventude.
Às 19h reunimo-nos no Castelo das Muralhas de Melgaço para a foto de grupo e acolhimento das regras do desafio.
Duas equipas foram formadas e, desafio após desafio, ambas se encontraram no campo da Feira, com uma chave, como referência. Esta dizia-nos que, só em conjunto conseguiriamos desvendar o segredo, para recuperar o símbolo. Sim, porque só juntos é que conseguimos caminhar e superar todos os desafios.
Graças a esta união conseguimos chegar ao Convento das Carvalhiças e ali encontrar o cofre onde estava o símbolo, a Cruz de Jesus.
Com Ele tudo é mais fácil, não há temor, tudo é mais certo.
Com Ele há pressa no ar para ir ao encontro do outro, como Maria. Num momento de oração pedimos a força do Alto e inspiramo-nos na Mensagem do Papa Francisco para nos apressarmos a sair ao encontro do irmão, do diferente, do distante.
Para terminar o dia mundial da juventude, reforçamos a nossa união com um jantar partilhado onde não faltou a criatividade e a alegria, característica da nossa juventude.
Assim, demos mais um passo rumo às Jornadas Mundiais da Juventude, Lisboa 2023!
Paredes de Coura
Fotografia: Sofia Brito
No passado sábado, dia 19, o arciprestado de Paredes de Coura, em comunhão com a Pastoral Juvenil da Diocese de Viana do Castelo, viveu o XXIII Viana Jovem.
O local escolhido foi o monte de Nossa Senhora da Pena, na paróquia de Moselos, onde 70 jovens de Paredes de Coura e de Padroso, Arcos de Valdevez, se reuniram, passando uma tarde diferente, mas recordando todas as Jornadas Mundiais da Juventude desde 1986 até 2023, com a realização de um peddy-paper dentro do Salão da Confraria de Nossa Senhora da Pena, que foi o plano B.
O plano A era realizar o Peddy-paper pelo percurso pedonal da Senhora da Pena, mas as condições climatéricas não deixaram.
Para finalizar o dia houve um momento de oração com cânticos de Taizé na Capela de Nossa Senhora da Pena.
Os jovens foram desafiados no dia seguinte a testemunharem nas suas paróquias na Eucaristia Dominical os momentos vividos na tarde de sábado.
Ponte de Lima
Ponte de Lima foi o núcleo agregador da participação de diversos Arciprestados. Sandra, por exemplo, de 43 anos, veio do Soajo (Arcos de Valdevez), a cerca de 40 km, alguns em estradas sinuosas, e trouxe um grupo de catequese. “Trouxe-os”, assume, “a este evento, que estão a adorar, para verem miúdos da idade deles envolvidos nesta dinâmica, porque eles, no Soajo, são poucos e a população é muito envelhecida”, confessa.
Também de fora de Ponte de Lima é Cláudia Dias. Natural de São Pedro da Torre (Valença), tem 29 anos e veio até “à vila mais antiga de Portugal”, por no seu Arciprestado não se ter organizado nenhuma atividade. Ao Notícias de Viana revela que espera que a JMJ possa ser não só uma experiência nova, mas, acima de tudo, uma “aprendizagem”.
Com 13 anos, Luísa Santos, de Arcozelo, tem, também ela, grandes expectativas face à Jornada Mundial da Juventude. “Espero conhecer o Papa, que era uma das coisas que mais gostava. Espero, ainda, que seja algo que eu possa dizer, quando crescer, que foi muito importante para mim. Espero gostar muito, conhecer pessoas novas e estar com pessoas de outros sítios”, assume.
Já Sara Veríssimo, de Calheiros, que já participou na Jornada Mundial da Juventude de Madrid, afirma que espera que a JMJ seja um evento único para os jovens que nela vão participar.
No Viana Jovem realizado em Ponte de Lima, um dos rostos por detrás da organização é Mário Ferreira. O responsável pelo Grupo de Jovens da Paróquia de Ponte de Lima, Arca e Feitosa, reconhece que, devido à entrada recente do novo Pároco, “está ainda a iniciar o processo”. Ainda assim, diz que se associou a este evento e ajudou a organizar “pensando que, acima de tudo, fosse um espaço de convívio para os jovens, e para que eles fossem capazes de perceber um pouco melhor a dinâmica da JMJ”. “É um evento que, sendo algo de Igreja, algo organizado a partir da Igreja, vai muito para lá das portas da igreja física, e pode tornar-se um momento de diálogo e convívio mais alargado”, acentuou, terminando: “Assumir esta dinâmica é importante para conseguirmos que a Diocese leve uma boa representação a Lisboa”.
Viana do Castelo
“Levar um pouco da experiência de hoje para a nossa Paróquia”. Foi, assim, que Inês Santos, de 17 anos, e oriunda de S. Romão do Neiva, descreveu a importância do Viana Jovem, assumindo que as expectativas em relação à JMJ são muito elevadas. “Vai ser no nosso país, vamos com os nossos amigos, vamos conhecer outras pessoas de outros sítios”, resumiu.
Já de Barroselas, Inês Barbosa, de 16 anos, afirmou que o Viana Jovem a ajuda, antes de mais, a “celebrar a juventude, também, na Diocese”. “Aqui encontramos pessoas novas, e como muitas deles irão à JMJ, podemos já antecipar algumas amizades”, sistematizou.
Diana Fernandes, de Vila de Punhe, também se junta ao desejo de contribuir para um grande evento.
“Aprender, divertirmo-nos, conviver com outros jovens do mundo, com um evento a nível mundial. É uma experiência única que vamos ter a oportunidade de presenciar no nosso país. O nosso cantinho, à beira-mar plantado, vai receber um evento mundial. É uma experiência única, mesmo”, confessou.
Do mesmo modo, André Barros, 15 anos, e Rita Gomes, 18 anos, ressaltam o relevo que, para eles, tem sentirem que “estão a caminhar juntos rumo à JMJ 2023”.
Já o Pe. Tiago Rodrigues, Pároco de Serreleis, Cardielos, Vila Mou e S. Salvador da Torre reconhece que a JMJ é uma oportunidade de renovação e de evidenciar um lado mais jovem da Igreja que, assume, “tem estado um pouco escondido”.
De uma das Paróquias que lhe estão confiadas é Sofia Parente, que partilha do desejo do Pároco. “Espero que os jovens se sintam mais ligados à Igreja e permaneçam nela”, reforçando que o evento pode ajudar “alguns indecisos” a aderir à experiência JMJ.
Vila Nova de Cerveira
Embora de comunidades diferentes, Ângela Amorim, Margarida Fernandes, Cármen e Inês Cantinho, concordam que foi o gosto por conviver que as levou a participar no Viana Jovem, que decorreu no seu Arciprestado.
Como afirmou Cármen, de 25 anos e natural da Paróquia de Covas: “Quisemos unir-nos aos jovens de outras Paróquias, para ficar a conhecê-los melhor, visto que vamos estar todos juntos em Lisboa”.
Neste espírito de união, em que o desejo de conhecer o Papa aparece, na opinião de todas, como um grande desejo comum, vive, também, uma expectativa enorme. Inês, de 15 anos e natural de Reboreda, diz esperar “muita gente, pessoal animado e gente feliz”, na JMJ.
Já Cármen vai mais longe. “Nós temos uma expectativa muito boa, mas acho que aquilo ainda vai ser melhor do que estamos à espera (…) vai ser algo em grande, algo como nós não imaginamos, nem somos capazes de imaginar”, conta ao Notícias de Viana.
O Pe. Jorge Esteves, de 44 anos, Arcipreste de Vila Nova de Cerveira, e Pároco de Loivo, Lovelhe, Reboreda e Vila Nova de Cerveira, reconhece que a participação na JMJ é uma forma de “corresponder àquilo que o Papa pede aos jovens e ao mesmo tempo à Igreja”, um “grande desafio que se impõe”, sintetiza.
Marcado pela participação em duas Jornadas Mundiais da Juventude, Colónia e Madrid, assume que a expectativa é, igualmente, grande. “Esta terá a particularidade de acontecer no nosso país, tem a ver connosco”.
Contudo, Jorge Esteves deseja que a JMJ consiga ir mais além. “Além de um grande encontro, que acabar por ser proporcionado a nível mundial, espero que seja, acima de tudo, um tempo de viragem na vivência dos jovens em relação à fé. Espero que a JMJ não seja apenas um evento, mas sim um momento para que os jovens façam uma reflexão pessoal no sentido de se sentirem Igreja e de concluírem que a Igreja é deles, que o futuro da Igreja acaba por lhes pertencer”.
Para que a iniciativa corresse da melhor forma Sofia, catequista da Paróquia de Vila Nova de Cerveira, assume que “houve um planeamento sério. Cada catequista ficou responsável por uma determinada etapa do percurso”. E tendo em vista a JMJ, Sofia, assim como Elisabete Martins, catequista em Reboreda, afirmou que os próximos eventos terão como finalidade a angariação de fundos, através de almoços, convívios e janeiras, mas não esquecendo uma dinâmica especifica preparada para o tempo de Advento.
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