Melgaço: PSD/CDS vence com 53% e põe fim a 43 anos de PS. José Albano quer seguro de saúde e emprego para fixar jovens

A coligação PSD/CDS-PP venceu as eleições autárquicas em Melgaço com 53% dos votos, pondo fim a 43 anos de governação socialista. José Albano Domingues, que liderou a candidatura, será o novo presidente da Câmara Municipal, elegendo três vereadores. O PS, com 40,77%, garantiu dois mandatos. O Chega ficou em terceiro lugar, com 1,24%, seguido pelo PCP, com 0,91%.

Notícias de Viana
21 Out. 2025 3 mins

O autarca eleito já identificou prioridades claras para o mandato: criar um seguro de saúde municipal gratuito para os residentes e promover a criação de emprego para travar a perda de população jovem. “Este seguro, este cartão de saúde municipal, proporcionaria coberturas, de uma forma gratuita para os residentes, a consultas de medicina geral e familiar, a consultas de um leque alargado de especialidades, e o transporte seria proporcionado também por essa empresa vencedora [de um concurso público]”, explicou.

O projeto, que será lançado por concurso público internacional, tem um custo estimado de 300 mil euros anuais. Segundo José Albano Domingues, esse valor é comparável a outras despesas habituais do município, como a Festa do Alvarinho e do Fumeiro. “Quanto ao cartão de saúde, não estamos a falar de milhões. O município gasta, por exemplo, com a festa do Alvarinho e do Fumeiro, um montante desta ordem de valores. E injeta, no centro de estágios, cerca de um milhão de euros. Se o dinheiro não chegar para tudo, teremos que estabelecer uma ordem de prioridades”, afirmou.

Apesar da ambição, o autarca eleito não esconde que a situação financeira da autarquia “não é famosa”. Segundo dados oficiais citados pelo mesmo, o município tem “mais de 26 milhões de euros de passivo” e demora, em média, “quase seis meses a pagar a fornecedores”.

A possibilidade de realizar uma auditoria às contas municipais é “uma possibilidade”, embora “a decisão ainda não está tomada”.

Outro objetivo prioritário é o combate à desertificação populacional, através da criação de emprego e atração de investimento, num concelho onde os maiores empregadores são atualmente a Câmara e a Santa Casa da Misericórdia. “Precisamos imensamente dos nossos jovens, não só para estarem junto das suas famílias, mas também para criarem dinâmicas de toda a ordem. Só conseguiremos fixá-los se houver aqui postos de trabalho. O principal é criar condições para que possam ter aqui o seu salário, formar famílias e sustentá-las”, defendeu.

Apesar de reconhecer que o tecido empresarial local “não é muito vasto”, o autarca revelou já ter sido contactado por vários investidores interessados em Melgaço desde o dia da eleição.

Entre as restantes preocupações estão a falta de habitação para jovens e estudantes e uma rede de transportes “deficitária”, que limita a mobilidade interna e externa do concelho. “Há muito trabalho a desenvolver e, se há uma coisa que caracteriza esta candidatura e a minha pessoa, é a capacidade de trabalho. É para isso que cá estamos”, concluiu.

c/ Lusa

Fotografia: José Albano

Tags Política

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