O Teatro Municipal Sá de Miranda, em Viana do Castelo, acolheu a cerimónia de tomada de posse dos órgãos municipais para o quadriénio 2025-2029, que confirmou a reeleição de Luís Nobre (PS) para a presidência da Câmara e a eleição de Ana Paula Vale, vice-presidente do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), como nova presidente da Assembleia Municipal.
Luís Nobre, que assegura um segundo mandato consecutivo, conquistou 42,76 % dos votos nas autárquicas de 12 de outubro, mantendo o Partido Socialista na liderança do Município. A coligação PSD/CDS-PP, encabeçada por Paulo de Morais, alcançou 28,02 % e elegeu três vereadores, enquanto o Chega, com 14,98 %, estreia-se no executivo com Eduardo Teixeira como vereador.
No discurso de posse, o autarca prometeu um mandato “assente na ética, transparência e compromisso com a verdade”, destacando uma “agenda transformadora” para o concelho, centrada em pilares como a investigação, a economia azul e verde, a educação, a cultura, o desporto, o ambiente e a coesão social e territorial. “O legado mais importante de um mandato não se mede apenas pelas obras físicas, mas pela marca humana que deixamos”, sublinhou, acrescentando: “Juntos, construiremos uma cidade e um concelho mais justos, modernos e resilientes.”
O presidente apelou ainda à união entre os diferentes órgãos autárquicos, às juntas de freguesia e à sociedade civil, garantindo que a Câmara será uma “instituição aberta, próxima e digna de confiança”, capaz de se afirmar como “acelerador de crescimento” e de “inovação no território”.
No final da tomada de posse do executivo, realizou-se a primeira reunião da nova Assembleia Municipal, que elegeu a sua mesa para o mandato 2025-2029.
Ana Paula Vale, vice-presidente do IPVC, foi eleita presidente, após proposta conjunta do PS e dos presidentes de Junta independentes. Sandra Alves foi eleita primeira secretária e Duarte Jorge, presidente da Junta de Afife, assumiu o cargo de segundo secretário. Não houve outras listas a votação.
Ana Paula Vale sucede a Flora Silva, que se despede de uma carreira política de 32 anos, 16 dos quais na Câmara Municipal e outros 16 na Assembleia Municipal.
No seu último discurso, Flora Silva afirmou estar “feliz”, sublinhando que o ato solene “celebra antes de mais o regime democrático”, que, ao longo dos últimos 50 anos, “permitiu criar condições de desenvolvimento excecionais, respeitar os direitos humanos e envolver os cidadãos nas decisões da vida coletiva”.
A antiga presidente da Assembleia Municipal alertou, no entanto, para “as consequências de um capitalismo exacerbado e das desigualdades globais”, que geraram “instabilidade, exploração social e descrédito na democracia”, e apontou ainda o risco do “reaparecimento de origens totalitárias que seduzem os incautos e calam os inteligentes”, advertindo para a necessidade de defender os valores democráticos.
Apesar das preocupações globais, Flora Silva destacou Viana do Castelo como um exemplo de vitalidade democrática, sublinhando a redução da abstenção para 38,5 % e a expressiva vitória socialista. “Em Viana, os cidadãos reafirmaram a confiança no modelo de desenvolvimento que o Partido Socialista tem corporizado ao longo de 32 anos. Viana do Castelo não é mais a bela adormecida. É um Município vibrante, com uma invejável qualidade de vida, onde é bom viver, trabalhar e receber quem vem por bem”, referiu, elogiando o desempenho de Luís Nobre que “liderou com civismo, humanidade e respeito pelos adversários”. “Os vianenses sabem que podem contar com a sua energia e força mobilizadora para nunca desistir de lutar pelas suas gentes”, acrescentou.
Por fim, agradeceu a todos os que a acompanharam ao longo de 32 anos de serviço público, dirigindo um agradecimento especial “aos vianenses, pelo carinho, respeito e paciência com que juntos fizemos democracia”. “Foi um privilégio e uma enorme honra servir-vos o melhor que soube e pude. Fico eternamente grata pelo carinho com que me acolheram”, concluiu.
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