A freguesia de Lanhelas, em Caminha, vai acolher uma Unidade Sócio Ocupacional (USO) vocacionada para a reabilitação psicossocial de pessoas com perturbações de saúde mental. A iniciativa resulta de uma parceria entre o Instituto São João de Deus e a Casa do Povo de Lanhelas, e representa uma estratégia para um plano mais amplo: descentralizar e ampliar a rede de cuidados de saúde mental no distrito de Viana do Castelo.
Com um investimento superior a 300 mil euros, esta unidade pretende acolher cerca de 30 utentes e surge como parte integrante da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados em Saúde Mental, alinhada com o Programa Nacional para a Saúde Mental e com as diretrizes da Organização Mundial de Saúde.
A USO de Lanhelas vai nascer num edifício com história. Em tempos uma extensão de saúde, depois devoluto, mais tarde usado de forma esporádica pela comunidade. “Era um espaço com despesa e sem retorno. Numa reunião do CLAS (Conselho Local de Ação Social), o diretor do Instituto São João de Deus mostrou interesse, e rapidamente percebemos que seria o local ideal”, explica Tomás Antunes, presidente da direção da Casa do Povo de Lanhelas desde 2022.
A escolha não foi aleatória. Lanhelas encontra-se posicionada entre os concelhos de Caminha e de Vila Nova de Cerveira com, segundo o responsável, “boas acessibilidades e um ambiente sereno”, particularmente indicado para este tipo de valência. Já a gestão da unidade ficará a cargo do Instituto São João de Deus, que trará consigo uma equipa técnica “experiente e especializada”.
“O que falta é colocar os serviços no terreno”
O projeto integra uma estratégia de proximidade e descentralização do Instituto São João de Deus, uma instituição com quase 100 anos de experiência em saúde mental, com sede em Barcelos e já com alguma presença no Alto Minho, nomeadamente em Gelfa (Vila Praia de Âncora) e Melgaço, com respostas nos cuidados continuados denominados gerais.
Com o objetivo de “expandir a resposta”, a instituição vai começar em Viana do Castelo, com uma equipa de apoio domiciliário. O projeto foi recentemente aprovado, e também será financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
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