O Pe. Renato Oliveira participou no 49º Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica, que decorreu em Fátima subordinado ao tema "Liturgia: encontro com Jesus Cristo". Na sua intervenção, referiu ser “urgente recuperar os sentidos e a linguagem simbólica da liturgia” para que esta volte a ser um espaço de encontro real e sensível com Cristo.
Citando São Leão Magno, o sacerdote afirmou que, “no rito, importa ter presente que a forma é, realmente, o conteúdo”. “O modo como se celebra diz tanto quanto o que celebramos. Por isso, é necessário cuidar das palavras, dos gestos, dos espaços, das cores, dos sons, do silêncio”, alertou, sublinhando que os Sacramentos “não são simples sinais exteriores”, mas “lugares visíveis e tangíveis onde a graça se realiza e os mistérios da fé se dizem”.
Para o Pe. Renato, é importante envolver todo o corpo nas celebrações. “Os olhos que veem, os ouvidos que escutam, o tato que toca, o olfato que sente, o gosto que saboreia”, especificou, reforçando que “a liturgia é o exercício sensível da fé”.
Neste sentido, alertou para o risco de uma prática litúrgica rotineira ou desligada dos sentidos, defendendo uma “pedagogia de reativação dos sentidos”. “A experiência cristã, especialmente na ação litúrgica, não pode colocar entre parênteses o uso dos sentidos”, afirmou.
Além disso, defendeu uma maior integração entre catequese e liturgia. “A catequese não pode limitar-se à transmissão de conteúdos. Precisa de preparar para os Sacramentos e continuar com uma dimensão mistagógica que ajude a mergulhar no mistério celebrado”, sublinhou, concluindo que “os ritos devem ter as marcas da verdade e da expressividade” para que conduzam, efetivamente, ao encontro com o Redentor.
O Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica, promovido pelo Secretariado Nacional de Liturgia, tem como objetivo “valorizar a vida cristã” através da formação “para e pela liturgia”.
Na sessão de abertura, D. José Cordeiro, presidente da Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade, deu as boas-vindas aos participantes, saudando-os como “peregrinos permanentes da liturgia e do encontro com Jesus Cristo”. “A celebração litúrgica é o encontro vivo com Jesus Cristo para a vida de todo o povo de Deus”, sublinhou, recordando que “onde se celebra uma liturgia vital, aí está Cristo vivo”, e que “a verdadeira Igreja pode surgir só do silêncio”. “A liturgia deve ser sóbria, mas não superficial. Profunda, mas não pesada. Participada, não assistida”, acrescentou, reforçando a necessidade de formação litúrgica contínua, não como especialização para poucos, mas como “disposição interior de todo o povo de Deus”.
Já o diretor do Secretariado Nacional de Liturgia, Pe. Pedro Ferreira, congratulou-se com a participação de 461 pessoas de todas as Dioceses de Portugal e de comunidades lusófonas do estrangeiro (Suíça, França, Luxemburgo e Cabo Verde).
O responsável sublinhou que “a formação litúrgica é mais que aquisição de conhecimentos”. “É uma experiência eclesial de encontro com Jesus Cristo. Uma vivência de contemplação de Deus e de transformação do homem”, concluiu.
Fotografia: SN Liturgia
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