Um ano depois, Eduardo Teixeira volta a ser o cabeça-de-lista do Chega por Viana. O atual vereador independente da Câmara Municipal de Viana do Castelo liderou, durante vários anos, tanto a concelhia como a distrital do PSD, e desempenhou funções em órgãos nacionais do partido.
Notícias de Viana (NdV): Na entrega das listas, disse que, no Chega, “não havia taticismos” e que os candidatos não estavam ali para ocupar nenhum cargo a posteriori. Mas esse não devia ser o objetivo de uma eleição: candidatar-se para ser eleito? Nem que seja enquanto deputado.
Eduardo Teixeira (ET): Quando nos candidatamos à Assembleia da República é para eleger representantes pelo Alto Minho, independentemente das funções que possam desempenhar, também ligadas à atividade política. E por isso é que sempre fui muito crítico. Não é de agora, nem é nos protagonistas de agora.
Fui muito crítico de muitos cabeças-de-lista e composições de listas de pessoas, no passado, que eram colocadas em Viana do Castelo e que roubavam o espaço aos representantes locais. Não há taticismos. As pessoas que estão naquela lista, não são da minha responsabilidade. Foi uma lista feita pelo partido e fui convidado para reencabeçar a lista.
Não quis fazer nenhuma crítica direta a ninguém. O que tenho para mim é que, se fosse convidado para encabeçar uma lista em outro círculo, dificilmente aceitaria.
A política é para pessoas que são, que tenham vivências, que sintam os problemas e que consigam, às segundas-feiras, ouvir as populações.
(NdV): Mas então, o que tem a dizer sobre a decisão da ex-vice-presidente da Comissão Política Distrital do Chega de Viana do Castelo, Natividade Barbosa, que se desvinculou da estrutura do partido por não concordar com os nomes para a lista de candidatos à Assembleia da República pelo Alto Minho, acusando, ainda, o partido de “corrupção e compadrio”?
(ET): A Dra. Natividade Barbosa aceitou sempre, e bem, quando o Dr. André Ventura me convidou. Ela transmitiu-me que ficou contente. Aliás, ela escreveu isso e, portanto, certamente não estava a criticar-me.
(NdV): A crítica é ao partido e não ao Eduardo, embora alegue que a sua nomeação resulta de “um pagamento de favores a André Ventura”. Isto corresponde à verdade?
(ET): Não vou entrar por aí, porque favores não foram de certeza. A Natividade Barbosa aceitou muito bem, há um ano atrás, o eu ser candidato pelo Chega. Apesar disso, tive um abaixo-assinado de mais de 100 pessoas que eram contra ela ser a número dois da lista. Eu desvalorizei, porque entendia que o Dr. André Ventura tinha confiança nela. E, portanto, ela não tem nada contra mim.
(NdV): A ex-presidente também tornou público o seu descontentamento. Neste sentido, qual a seleção que o partido faz quanto a candidatos?
(ET): Não sou a melhor pessoa para responder, porque não fiz a lista. A única coisa que posso dizer é que as duas pessoas em questão terminaram o seu mandato. Antes de chegar, há um ano atrás, ao partido, como eleito, tinham 15 pessoas eleitas e, agora, limitavam-se à existência de cinco. As outras pessoas demitiram-se, e nunca vi uma notícia nesse sentido. Destas cinco pessoas que ficaram, bastava uma sair, que foi o caso, e que deixou terminar o mandato, e passaram a militantes de base.
(NdV): O Chega promete melhorar o acesso à saúde e à habitação, mas muitos consideram essas promessas vagas e sem uma base sólida. Quais são as suas propostas concretas para resolver problemas como a falta de médicos e a escassez de habitação?
(ET): Respondo-lhe à pergunta se a retificar. Qual foi o único partido que apresentou uma proposta concreta sobre o Alto Minho? Neste último ano, o Chega ousou, no Orçamento de Estado (OE), pôr em cima da mesa os problemas do Alto Minho, que são vários. A propo
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