D. João Lavrador preside à Missa de finalistas. Estudantes desafiados a servir os mais frágeis

Centenas de alunos do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) marcaram presença na Missa com finalistas que foi, pela primeira vez, celebrada por D. João Lavrador, que pediu uma geração comprometida com a justiça, a fraternidade e a verdade, com Deus no centro.

Micaela Barbosa
19 Mai. 2025 4 mins

Na sua intervenção, o Bispo diocesano desafiou os finalistas a serem “protagonistas de uma nova comunidade”. “Só em verdadeira comunhão e partilha fraterna, sentiremos a plenitude dos dons que dão sentido à vida”, afirmou, salientando que “amar é colocar-se na atitude de serviço à pessoa humana e à sociedade”.

“Toda a vossa preparação académica foi uma capacitação para melhor servir os irmãos, dando preferência aos mais marginalizados, excluídos, pobres e abandonados”, sublinhou, apelando à responsabilidade diante das injustiças do mundo atual. “Somos interpelados por uma sociedade em que reina a violência, a guerra, na qual tantos gemidos se dirigem aos nossos ouvidos para que os escutemos, na esperança de obter da nossa parte uma resposta às suas necessidades”, acrescentou.

Recordando as palavras dos Papas Bento XVI e Francisco, o prelado convidou, ainda, os finalistas para “o desafio de nunca deixarem de procurar o fundamento de toda a verdade acerca do ser humano, de cada um e do mundo no qual se vive”. “Sem Deus, é o ser humano que fica à deriva, e é o homem que perde o horizonte da sua própria realização”, disse, incentivando-os a olhar o futuro “com confiança e com compromisso, na certeza de que o Senhor estará sempre convosco”. “São muitos os desafios que nos são lançados nos planos social, económico, laboral, na preservação de uma ecologia digna do ser humano, na proteção dos mais frágeis, e na promoção de uma cultura de paz alicerçada na justiça e na fraternidade”, reconheceu, apelando para não tenham medo. “Sejamos uma Igreja de todos e para todos; comunidade à maneira dos apóstolos, evangelizadora e de portas abertas”, concluiu.

Também a vice-presidente do IPVC, Ana Paula Vale, convidou os estudantes a serem “embaixadores do IPVC no mundo, com sentido de orgulho e de missão”. “Obrigada por terem escolhido o IPVC como casa para o vosso percurso académico. Aos pais, familiares e amigos, a nossa mais profunda gratidão pelo apoio e confiança que depositaram na nossa instituição para a formação dos vossos filhos e filhas”, disse, salientando: “Hoje, não celebramos apenas o final do percurso académico. Celebramos, também, a nossa missão maior, que é formar cidadãos conscientes, competentes e comprometidos.”

A docente destacou, ainda, o papel da formação superior na construção de “uma sociedade mais justa, solidária e sustentável”, e sublinhou a importância da coragem, da criatividade e do compromisso para enfrentar os desafios do mundo atual. “Portugal precisa de vós. O nosso país precisa de mais jovens com capacidade de inovar, de competir num mundo em constante transformação, de contribuir com ideias novas, com soluções sustentáveis para os desafios que enfrentamos”, defendeu, reforçando: “Precisamos de cidadãos ativos, solidários, capazes de construir comunidades mais justas, mais pacíficas e sustentáveis. Precisamos de vozes que unam, de mãos que acolham, de ideias que transformem.”

Por fim, apelou a que levem consigo o conhecimento e os valores adquiridos, colocando-os ao serviço do bem comum, “na construção de um país e de um mundo melhores”. “Com estes alicerces podem dar passos seguros e, acima de tudo, podem dar contributos relevantes para a sociedade, para um Portugal mais justo, mais inclusivo, mais moderno e preparado para o futuro”, concluiu.

Já Henrique Maciel, presidente da Federação Académica do IPVC, destacou o percurso de “superação e crescimento” vivido pelos finalistas, sublinhando a importância do esforço, da dedicação e das relações humanas construídas ao longo dos anos. “É, também, tempo para agradecer aos que caminharam connosco – professores, colegas, amigos e famílias – pelas oportunidades, pelos ensinamentos, e até pelas dificuldades, que nos fizeram crescer e tornaram este percurso mais autêntico”, disse, prestando homenagem à memória de quem partiu durante o trajeto académico. “O IPVC deixa-nos mais do que um diploma. Molda quem somos, e ajuda a definir o nosso lugar no mundo”, afirmou, terminando com a certeza de que, “apesar da partida, todos permanecem na história da instituição e na memória uns dos outros”.

A celebração, promovida pela Pastoral do Ensino Superior da Diocese de Viana do Castelo e pela Federação Académica do IPVC, foi animada pelo Coro Sementes de Deus.

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