Sem qualquer problema político, ético ou ideológico, há os que não hesitam em passar diretamente de eleitos de um partido/movimento a candidatos, por vezes ao mesmo órgão, por outro partido/movimento. Independentemente das responsabilidades e funções que tiveram no passado, passam a defender as cores do “novo” partido/movimento sem qualquer objeção e com a mesma “convicção” com que anteriormente defendiam o de origem. Nem as máscaras, que alguns colocam de “independentes”, conseguem disfarçar a falta de verticalidade ideológica e política. Ainda para mais, quando hoje, com as redes sociais, alguns deixam um rastro de profundas críticas, feitas, em alguns casos, há poucas semanas, aos partidos que agora usam como “manta” para se candidatarem.
Mas a responsabilidade não é só desses protagonistas. Os partidos que os acolhem, como se esta atitude fosse natural, também são responsáveis. Os supostos benefícios eleitorais não deveriam sobrepor-se à verticalidade. Infelizmente, não é coisa de um só partido. Bastará ao leitor observar os panfletos, que nas últimas semanas, colocaram na sua caixa do correio, com as listas aos diferentes órgãos, rapidamente comprovará que é algo comum à quase totalidade.
Mas as pessoas não podem mudar, evoluir no seu pensamento? Claro que sim, mas tem de existir um tempo de recolhimento, de, digamos, luto. Um tempo que permitirá perceber que o que move aquele protagonista não é apenas a procura de poder, de protagonismo, a busca do interesse particular. Um tempo que permitirá perceber que o que levou à mudança de pensamento foi a dolorosa (sim, estes não são processos fáceis) alteração das suas convicções.
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