Especialistas e autoridades de Portugal e da Galiza identificaram problemas estruturais no troço internacional do Rio Minho durante uma visita técnica. A falta de uma governação integrada, a perda de navegabilidade e a pressão sobre a biodiversidade, foram apontadas como os principais desafios à sustentabilidade ambiental, económica e social do rio.
A visita decorreu no âmbito de uma iniciativa conjunta que reuniu representantes da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), da Capitania do Porto de Caminha, do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Rio Minho e do Aquamuseu do Rio Minho, entre outras entidades galegas, como o Alcalde de As Neves.
Durante a reunião, foi consensual o reconhecimento da ausência de uma estrutura clara de governação que permita gerir de forma coordenada este recurso transfronteiriço. A vice-presidente da CCDR-N, Célia Ramos, reconheceu que “os desafios são complexos” e disse ser “urgente encontrar soluções equilibradas entre a conservação ambiental e o desenvolvimento económico”.
Outro problema destacado foi o assoreamento progressivo do leito do rio, que compromete a segurança da navegação e dificulta as operações de busca e salvamento. O capitão do Porto de Caminha alertou para o impacte direto da perda de profundidade na capacidade de intervenção.
A irregularidade do caudal, com variações abruptas provenientes de zonas a montante, foi igualmente referida como fator de instabilidade ecológica, preocupação expressa pelo Alcalde de As Neves.
O diretor do Aquamuseu do Rio Minho, Carlos Antunes, apontou a proliferação de espécies invasoras, potenciada pelas alterações climáticas, como uma ameaça crescente à biodiversidade e às atividades económicas ligadas ao rio.
Já o diretor do AECT Rio Minho, José Manuel Vaz Carpinteira, reforçou o compromisso da entidade em pressionar as autoridades nacionais e regionais dos dois países, para procurar “construir uma estratégia conjunta e integrada que permita passar de uma situação de governação dispersa para uma cooperação eficaz entre margens”.
Em comunicado, o AECT Rio Minho assegurou que vai continuar a desenvolver diligências junto dos Governos de Portugal e de Espanha para garantir uma gestão coordenada e sustentável do rio, conciliando proteção ambiental, navegabilidade e desenvolvimento local.
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