O nascimento da Área Metropolitana do Minho está no “prelo”.
Criada em 2008, a Associação de Municípios de Fins Específicos Quadrilátero Urbano, era composta pelos municípios de Barcelos, Braga, Guimarães e Vila Nova da Famalicão, e tinha como objetivo promover a competitividade, a inovação e a internacionalização da região noroeste de Portugal. Desde o passado mês de setembro, a Associação ganhou nova forma, com a inclusão de Viana do Castelo, tendo sido criados e aprovados os estatutos da, agora, Pentágono Urbano.
Percebe-se nas entrelinhas que, com esta alteração, ganha força o projeto de criação da futura Área Metropolitana do Minho.
Gostaria pois, de explorar dois pontos que me são caros: o que representará para Viana do Castelo e para a região, esta integração a nível Cultural e Patrimonial, e que potencial poderá advir desta futura e provável Área Metropolitana.
Segundo a proposta de adesão/integração de Viana do Castelo, a “cultura e o turismo são agendas prioritárias para a Associação”, sendo expectável a “criação de uma agenda cultural integrada, que inclua eventos e festivais de referência”; esta agenda permitirá “atrair mais visitantes e promover a região como um destino turístico de excelência”. Estão pensadas, “novas rotas turísticas integradas, que liguem pontos de interesse das cinco cidades”. Estas novas rotas permitirão a promoção e fruição, de forma coordenada, de monumentos históricos, museus, centros culturais e eventos.
É, sobretudo, ao nível dos eventos, que a Associação procurará dinamizar e promover a cultura do território. Será criado o “Cartão Pentágono Cultural”, um cartão de acesso único a eventos, que oferecerá descontos em espetáculos de toda a região.
Mas estará a região preparada, não só estruturalmente, mas também a nível de hábitos, para que esta dinâmica cultural se crie? Poderão os Vianenses, por exemplo, ter facilidade e mobilidade para se deslocar a Guimarães, e vice-versa, para assistir a um evento cultural? Em termos de transporte público, duvido. Em termos de infraestruturas rodoviárias, sim. Em termos geográficos, sim. Com efeito, as duas cidades da associação mais distantes estão a escassos 80 km, que se poderão fazer em menos de 1 hora. Exatamente a mesma distância que une os dois concelhos mais distantes das Áreas Metropolitanas de Lisboa (Setúbal e Mafra) e do Porto (Vale de Cambra e Póvoa de Varzim).
Teremos pois, praticamente todas as condições para que, a nível cultural, se crie e se dinamize uma grande área metropolitana. Área essa que possa rivalizar com a Área Metropolitana do Porto e a região da Galiza (Área Urbana de Vigo). Para percebermos o nosso potencial, basta fazer um pequeno exercício mental, e pensar o que existe e o que passa, por exemplo, pelas cidades de Braga, Guimarães e Viana do Castelo.
Em jeito de conclusão, citar apenas alguns números: a Área Metropolitana de Lisboa tem 2.8 milhões de habitantes, distribuídos por 18 municípios, numa área total de 2.802 km²; a Área Metropolitana do Porto tem 1.7 milhões de habitantes, distribuídos por 17 municípios, numa área total de 2.040 km²; a expetável Área Metropolitana do Minho tem 0.7 milhões de habitantes, distribuídos por apenas 5 municípios, numa área total de 1.329 km².
E se com esta projeção demográfico-cultural, ainda não consegui convencer os mais céticos quanto ao potencial desta região, posso adiantar que, à data, as 5 equipas de futebol desta região a competir na Liga Portugal, estão classificadas nos 8 primeiros lugares! Eu acredito na Área Metropolitana do Minho!
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